quinta-feira, novembro 12, 2015

CUNHA PERDE APOIO PSDB, MAS GANHA SUPORTE DOS GOVERNISTAS

Denunciado sob acusação de envolvimento no petrolão e dono de patrimônio oculto no exterior, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu ontem o apoio de parte da oposição, mas recebeu o suporte das principais siglas governistas. Nota assinada por PMDB, PR, PTB, PP, PSD, PSC, Solidariedade (esse de oposição) e outras 6 legendas nanicas ratifica “o total apoio e confiança” na condução que Cunha vem fazendo no comando da Câmara, além de defender que ele tenha direito ao princípio constitucional da presunção da inocência.
Redigido no gabinete da Liderança do Governo, o texto foi apoiado nos bastidores pelo PT e pelo Planalto, que, porém, não o subscreveram para não imprimir digitais tão claras de apoio a Cunha. As bancadas que assinaram o texto somam 246 dos 513 deputados. A divulgação da nota foi uma reação ao anúncio público do rompimento do PSDB, o principal partido de oposição no país, com o presidente da Câmara.

Nos últimos tempos, o peemedebista vinha negociando apoio contra o processo de cassação de seu mandato com governo e oposição. Os dois lados tentavam influenciá-lo, cada qual em uma direção, sobre a decisão de dar sequência ou não ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, que há 22 dias repousa em sua gaveta.

Rompimento
O PSDB formalizou o rompimento em uma entrevista coletiva, na divulgação de uma nota e em uma manifestação no plenário da Casa, no momento em que Cunha presidia a sessão. As explicações do peemedebista para negar o envolvimento no escândalo do petrolão foram classificadas pela legenda como “desastrosas”. O partido reiterou o pedido de que Cunha se afaste da presidência e afirma que não participará mais das reuniões que ele promove semanalmente com líderes partidários em sua residência oficial. Além disso, indicou que votará pela cassação de Cunha no Conselho de Ética caso ele não apresente provas contundentes de sua inocência. A inflexão do PSDB deve ser seguida por DEM e PPS.

A mudança tem duas razões: a primeira, a certeza de que Cunha firmou um pacto com o governo para travar o impeachment em troca de ter o empenho dos governistas contra sua cassação. A segunda, a percepção de que chegou a um limite o desgaste público de manter a defesa do presidente da Câmara mesmo com todas as evidências que pesam contra ele.
“O PSDB não me apoiou na minha eleição à presidência. (...) Cada um tem o direito de se posicionar como quer”, se limitou a dizer Cunha. Nos bastidores, demonstrou grande insatisfação com a “deslealdade” que atribui aos tucanos. (da Folhapress)

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