Sobral: SAIBA POR QUE 2016 PODE REPRESENTAR O FIM DA HEGEMONIA DOS FERREIRA GOMES EM SOBRAL

Desde o ano de 1992, quando Ricardo Barreto foi eleito Prefeito de Sobral em uma acirrada disputa contra o Padre Zé Linhares, que a Princesa do Norte não tinha um pleito municipal competitivo. Esse bucolismo político foi quebrado nas eleições passadas em 2012, quando o então quase desconhecido Dr. Guimarães do PV, que ficou popularmente conhecido como "o verdinho", conseguiu cooptar um sentimento de mudanças que o povo sobralense despertou naquele pleito e que ainda hoje é percebido em quase todos os seguimento da sociedade. Veveu, candidato do então Governador Cid Gomes, só venceu a disputa passada após uma força-tarefa colossal ter sido montada pelo grupo político situacionista nas 24 horas anteriores as eleições. Mesmo assim, 49,5% dos Sobralenses não votaram no candidato Petista indicado pelo todo-poderoso Cid Gomes.

Antes de 2012, existia uma hegemonia política e uma relativa tranquilidade eleitoral controlada pela Família Ferreira Gomes. Após a chegada de Cid à Prefeitura de Sobral em 1997, tivemos as eleições de 2000 (reeleição de Cid), de 2004 (eleição de Leonidas Cristino) e de 2008 (reeleição de Leonidas), todas elas acontecendo sem maiores sustos para os FGs. Porém, é bom lembrarmos que em 2004 tivemos um bravo Vereador Luciano Linhares candidato, o qual foi atrapalhado pela questionada candidatura de Marcos Prado a qual serviu para dividir a oposição. Uma vez somados os votos dos candidatos da oposição, Leonidas venceu com a teórica maioria de 5.633 votos. Até hoje, muitos acreditam que a candidatura de Marcos Prado foi uma trama palaciana bem arquitetada para fragmentar a oposição.

Nesse 2016 que se aproxima, um cenário complicado se projeta e que ameaça a hegemonia de Cid em Sobral nunca como antes. Vejamos aqui alguns fatores que devem ser considerados favoráveis a oposição:

1 - O desgaste natural de um grupo político que já se encontra com quase 20 anos de poder em Sobral.
2 - O desgaste político do Prefeito Veveu (PT) com uma administração discreta, e do iminente candidato situacionista Ivo Gomes, o qual não está trazendo segurança ao seu próprio grupo político.
3 - O cenário nacional, marcado por desgastes políticos e crises econômicas, o que aumenta o desejo de mudanças por parte dos eleitores.
4-  O surgimento de lideranças de oposição fortes e aglutinadoras com projeção regional, como é o caso do Deputado Moses Rodrigues (PPS) e seu pai Dr. Oscar.
5 - A perca de lideranças pelo grupo de situação, como é o caso da maioria (11) dos vereadores da Câmara Municipal.
6-  A imprensa radiofônica e escrita de Sobral, diferente dos pleitos anteriores, a qual já disponibiliza canais de oposição e de questionamentos ao modelo administrativo municipal.
7 -  A confiança do eleitor mudancista de 2012, o qual sabe que o pouco que faltou poderá agora sobrar em 2016.
8 - A tomada de consciência do eleitor sobralense, cada vez mais sabedor que outras candidaturas de oposição, no estilo bebê de proveta, devem ser desabonadas pois só atendem a demanda de quem está no poder

A coisa está tão preocupante que já há quem defenda dentro dos gabinetes que para enfrentar a dupla Oscar-Moses Rodrigues, o candidato deverá ser o próprio Cid Gomes.

Mesmo com o que expomos aqui, a oposição que se cuide e não cante vitória antecipada, pois o jogo é jogado e Ferreira Gomes não são marinheiros de primeira viagem.
Eleições acirradas, assim como os grandes clássicos do futebol, são decididas no conjunto de acertos nos detalhes.