domingo, julho 31, 2022

CIRO DIZ QUE SE NÃO GANHAR ELEIÇÃO VAI "BOTAR A VIOLA NO SACO": "VIREI O DESTEMPERADO"

(Jornal O Povo - 31/07/22) - Ciro Gomes (PDT) pode estar na sua última disputa eleitoral. Isto porque o candidato à Presidência pelo PDT afirmou nesta sexta-feira, 29, que não irá mais concorrer a cargos políticos caso não seja eleito neste ano. O pedetista já havia dado a mesma declaração no pleito passado, em 2018.

"Temos que colocar em perspectiva que o Brasil precisa discutir finalmente, de forma inadiável, o modelo econômico. Esta é a razão pela qual eu, pela quarta vez, tento ser presidente do Brasil. Claro que, desta vez, chega", afirmou o candidato. Ele também concorreu ao Palácio do Planalto em 1998, 2002 e 2018.

"Porque se eu não ganho agora, vou botar a viola no saco, porque eu virei o bico falante, o chato, o destemperado". A fala de Ciro ocorreu durante um encontro organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade de Brasília.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, 28, Ciro apareceu na terceira colocação com 8% das intenções de voto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 47%, enquanto o atual, Jair Bolsonaro (PL), possui 29%.

Ciro disse, após o evento em Brasília, que a estagnação nas pesquisas de intenção de voto não interfere em sua campanha, e que seu desempenho deve melhorar com início da campanha na TV em agosto.

"A campanha não começou, a campanha vai começar quando a gente tiver a oportunidade de entrar nos lares brasileiros que não tem tablet, não tem internet, não tem jornal. Daqui a pouco ele vai começar ver na TV. É a hora da campanha. Então eu não espero nenhum cavalo de pau, mas eu tenho absoluta segurança que a gente começará a ter 70% do eleitorado induzidos pelas pesquisas, pelos editoriais, pelos analistas, etc", disse a jornalistas.

No evento, Ciro voltou a atacar Lula e disse que se o petista vencer a disputa em outubro será "o maior estelionato eleitoral" da história. O ex-ministro também criticou intelectuais e artistas que já declararam apoio à candidatura do adversário petista.

"Não estou pedindo voto para mim não. Eu estou dizendo o seguinte: como a gente pode permitir que o melhor da sociedade, juventude, movimento intelectual, os artistas vão aceitar que o Lula entre para uma eleição?", questionou.

Ciro disse ainda que há uma imensa maioria que está calada, "porque o ambiente de lacração, de cancelamento, de grosseria, de violência política, não é só o (presidente Jair) Bolsonaro que promove". Segundo ele, o comportamento da militância do "gabinete de ódio do PT e do Lula é um dos mais fascistas e execráveis do Brasil", criticou.

"Lula fica posando de bonzinho, mas a canalhice, a falta de respeito, a falta de escrúpulo, os insultos, as agressões, as mentiras que ele promove no Brasil são tão graves quanto aquelas que o Bolsonaro promove", completou.

O presidenciável afirmou que o Bolsonaro foi a tragédia econômica do País, e que Lula representa a tragédia moral. "A falta de escrúpulo, o conchavo para ladroeira mais desavergonhada do País, que ele cometeu lá atrás e que está cometendo hoje. O Lula botou o Michel Temer na linha de sucessão já está fazendo conchavo, então foi isso daí que produziu o Bolsonaro", disparou.

A SBPC convidou os três candidatos que lideram as pesquisas de intenções de voto na corrida presidencial. Na quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da reunião. Bolsonaro não foi ao evento, finalizado ontem. Ele justificou a ausência, de acordo com organizadores, "considerando compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda".

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