quinta-feira, agosto 26, 2010

IPU 170 ANOS. A ORIGEM DA TERRA DE IRACEMA.


No sopé da Serra da Ibipaba, surgiu o Ipu. Embora alguns estudiosos da história da Terra de Iracema afirmem que as vinte léguas de terras as quais correspondem a atual zona urbana da cidade foram recebidas pelas missionária Joana Paula Vieira Mimosa em 1694, não podemos considerar tal fato como verdade absoluta. As pesquisas do incansável historiador Fernando Araújo Farias e publicadas em sua obra Araújos e Feitosas – Colonizadores do Alto e Médio Acaraú ( Editora- Fundação Cultural de Fortaleza )-  demonstram claramente, através de documentos, que há necessidade de um melhor esclarecimento nessa citação.
A pedra fundamental para a colonização da Ibiapaba – Serra dos Cocos – como assim de todo o Alto e Médio Rio Acaraú , só teve concretização com a concessão de uma das maiores sesmarias do período colonial do Ceará, sendo uma área de 144km, datada de 17.07.1722. Dentre os beneficiados está o capitão pernambucano Luiz Vieira de Sousa casado com Joana Paula Vieira Mimosa. Portanto, não estamos aqui negando que Joana Paula Vieira Mimosa foi a fundadora do Ipu, mas localizando sua chegada às matas do Ipu depois de 1722.

O fato dos documentos históricos destacarem com ênfase a presença de Dona Joana e não a do seu esposo Luiz Vieira Sousa, sempre observando o caráter patriarcal da sociedade colonial brasileira, reside em evidências que a mesma era viúva quando se fixou em Ipu. Além da idéia do interesse catequético tão comuns às viúvas do período colonial, observamos o fato do seu irmão o capitão-mor José Araújo Chaves ser proprietário de terras e residir nas Ipueiras.

A chegada de clérigos vindos de Viçosa, na Serra da Ibiapaba, foi fundamental para a continuidade do projeto catequético iniciado por Dona Joana. Em 1765, foi construída uma pequena Capela em torno da qual prosperou o povoado chamado de Papo.

EVOLUÇÃO POLÍTICA

Com o passar dos anos e com a chegada de mais famílias de pernambucanos e alagoanos, o arraial crescia com sua vida política e religiosa. Nesse processo de formação dos latifúndios, os índios foram exterminados e expulsos. Mas não podemos esquecer que muitas índias, em meio a carência de mulheres portuguesas, se miscigenaram com os homens brancos originando a raça cabocla tão comum nos sertões nordestinos. A violência era elemento constitutivo, em que predominava a lei dos coronéis e seus “cabras”.

Campo Grande, hoje Guaraciaba do Norte, fora Elevada à categoria de Vila, com o nome de Vila Nova Del Rey, segundo Carta Régia de 2 de maio de 1791. Dessa forma, o Ipu era parte integrante daquela Vila.A Coroa Portuguesa havia estabelecido por Ordem Régia de 1766 a exigência mínima de cinqüenta moradias ocupadas para uma povoação ser transformada em município. Nesse ínterim, já tinham sido criadas no interior as Vilas de Icó em 1738, Aracati em 1748 e Granja em 1773, ligadas ao grande desenvolvimento das charqueadas. Evoluídas de aldeamentos jesuíticos surgiram Viçosa, Caucaia e Parangaba, todas em 1759.

ELEVAÇÃO À VILA

Com a criação da Lei Provincial de nº 200 de 26 de agosto de 1840, ficou suprimida a Vila de Campo Grande transferindo a sede do município para Núcleo de Ipu Grande, com o nome de VILA NOVA DE IPU GRANDE.

                     Texto e Pesquisa - Professor Kléber Teixeira

2 comentários:

CLUBE DO OSSO disse...

Professor Kléber Teixeira,

Como vai, meu caro amigo! Tudo bem. Estou de passagem para mandar lembranças. Grande abraço.

André Sant'Anna (Ipu).

Ricardo Aragão disse...

CRÉDITO DA FOTO: ENIO MARTINS ARAGÃO