segunda-feira, junho 03, 2013

CRISE DO PMDB E PT TEM CEARÁ, BAHIA E O RIO DE JANEIRO COMO EPICENTRO

A crise entre PT e PMDB nesses estados pode vir a ameaçar a própria aliança nacional. O tema ainda é muito incipiente, a começar pelo fato de a presidente manter altos níveis de aprovação, mas até mesmo aliados do vice Michel Temer reconhecem que os problemas precisam ser contornados.
Rio, Ceará e Minas Gerais reúnem o maior número de convencionais que sacramentarão — ou não — a aliança nacional com o PT em 2014.

Em 2010, a presidente Dilma Rousseff foi eleita no segundo turno com 55,8 milhões de votos, 12 milhões a mais que o tucano José Serra. O mapa da eleição revelou que a presidente assegurou sua vitória a partir da ampla vantagem numérica que obteve em todos os estados do Nordeste, no Amazonas, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. A um ano e meio da eleição de 2014, a presidente tem cerca de 60% de intenções de voto e continua sendo mais forte no Nordeste, mas crises estaduais na aliança com o PMDB ameaçam a tranquilidade nos estados que garantiram a maior “gordura eleitoral” para Dilma em 2010: Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Minas e Rio.

Os dois estados que mais contribuíram para a vitória de Dilma foram Bahia e Pernambuco. No primeiro, ela obteve 2,79 milhões de votos a mais que Serra, e no segundo, 2,34 milhões. Ironicamente, os dois são os únicos em que a própria direção nacional do PMDB já considera perdidas as chances de aliança. Pré-candidato ao governo, o peemedebista Geddel Vieira Lima trabalha junto com PSDB e DEM para definir os rumos da oposição ao PT no estado baiano. Em Pernambuco, por sua vez, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que sempre esteve contra Dilma, uniu-se no ano passado ao governador Eduardo Campos (PSB) no projeto presidencial do socialista.
As crises mais recentes na relação PT-PMDB são nos dois outros estados nordestinos que deram maior vantagem à presidente: Ceará e Maranhão. As seguidas declarações de apoio do governador Cid Gomes (PSB) à presidente Dilma Rousseff e a aproximação dele com o líder do PT, José Guimarães (PT-CE), levou o senador Eunício Oliveira (PMDB) a abrir conversas com integrantes da oposição cearense, e chegou a sinalizar recentemente a possibilidade de unir-se ao tucano Tasso Jereissati.

Eunício pretende disputar o governo do estado, mas teme a recente aproximação do PSB com o PT no estado. Isso porque Cid pretende eleger um sucessor de seu partido e Guimarães quer chegar ao Senado, o entendimento dos dois deixaria Eunício sozinho. Em 2010, com PSB, PT e PMDB unidos no estado, Dilma saiu do Ceará com vantagem de 2,33 milhões de votos sobre José Serra. Para completar, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, deu o tom da crise que atinge a região no jantar dos governadores do PMDB com o vice Michel Temer, no Palácio do Jaburu, semana passada. Apesar das dificuldades iniciais para a aliança em 2010, PT e PMDB acabaram marchando juntos no Maranhão e hoje petistas ocupam secretarias no governo. Mas dirigentes do PT usaram a propaganda partidária deste semestre para criticar Roseana e as imagens só saíram do ar após uma intervenção da direção nacional petista.
Na Bahia, em Pernambuco e no Ceará esse papel foi exercido respectivamente pelos governadores Jaques Wagner (PT), Eduardo Campos (PSB) e Cid Gomes (PSB) — todos na época disputando reeleição e ao fim vitoriosos.
Em Minas, os petistas apostam que Dilma terá dificuldade natural caso enfrente o ex-governador Aécio Neves (PSDB), que soma altos índices de popularidade no estado. 

Fonte : O GLOBO/Adaptação de texto: Blog do KT

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