segunda-feira, agosto 29, 2016

Opinião - O "IMPEACHMENT BRITÂNICO" DE DILMA CHEGA A FASE FINAL

A presidente afastada Dilma Roussef (PT) vai nesta terça, 29, ao Senado fazer seu pronunciamento de defesa em relação ao processo de Impeachment. Amanhã, terça, 30, os Senadores deverão sentenciar a sua definitiva perda de mandato. É praticamente impossível a petista reverter a maioria de dois terços que seus opositores tem no Senado, sobretudo em meio ao eminente poder de barganha política do Presidente interino Michel Temer (PMDB) e a estabilidade econômica compartilhada pelo mercado financeiro nos dois últimos meses. Mercado esse que sempre sinalizou ser um retrocesso a continuidade de Roussef no poder.

A presidente é acusada de crime fiscal, algo que num país chamado Brasil onde esse tipo de manobra há décadas virou prática comum nos nossos operadores públicos. Ou seja, ela está sendo derrubada não por uma questão imoral das tão imorais da vida política brasileira.

Um Golpe a la Inglaterra
Observo que a queda pelo Impeachment é algo politicamente exótico na América Latina, que sempre buscou caminhos tortos e não muito institucionais para promover mudanças políticas no comando nacional dos seus países. Recentemente, tivemos algo parecido no frágil governo de Fernando Lugo no Paraguai.

Assim como acontece secularmente na Inglaterra, o parlamento tem força para derrubar governos impopulares e desajustados economicamente. No Brasil, vejo algo bem parecido nesse momento sendo colocado em curso. 

Historicamente a narrativa do Golpe construída pelo PT e aliados tem uma base, mas acredito que há sim na realidade um "Golpe Parlamentar". Ou seja, derruba-se britanicamente um governo frágil (diga-se um "Gabinete do PT) e perdido em suas promessas de campanha e afundado em denúncias de corrupção como é o caso do atual com uma 1ª Ministra (diga-se Dilma) sem nenhuma força de articulação política dentro do Congresso Nacional.

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