O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entra em campo mais uma vez para tentar diminuir os estragos na imagem do PT e do Governo Dilma após a publicação, nesse final de semana, de novas revelações no escândalo da Petrobras. O acordo de delação premiada feito pelo empresário Ricardo Pessoa, da empresa UTC – uma das envolvidas no escândalo da Petrobras, gerou mais estragos na vida do Partido dos Trabalhadores.
Com a presidente Dilma nos Estados Unidos, onde apresenta a empresários atrativos para investimentos no Brasil, o ex-presidente Lula se reunirá, nesta segunda-feira, com líderes do Congresso saídas para a crise política agravada pelas revelações do empresário Ricardo Pessoa. O empresário listou nomes de lideranças políticas beneficiadas com doações oficiais e de caixa 2 para campanhas eleitorais e para o PT. O dinheiro tinha como origem os contratos na Petrobras.
O ex-presidente Lula terá, ainda, uma reunião com a cúpula nacional e os deputados e senadores do PT. Aliados do ex-presidente esperam uma nova rodada de críticas a Dilma no encontro. Lula considera o governo “letárgico” e “apático” diante das recentes denúncias de irregularidades e que o partido não pode ter a mesma postura.
“Ele tem se queixado que não há um petista que suba à tribuna para defender o partido. Não há ninguém criticando os excessos da Lava Jato”, afirma uma fonte do PT. A estratégia de Lula, no entanto, enfrenta resistências, uma vez que aliados não querem se desgastar perante a opinião pública, já refratária ao partido.
Outro ponto que tem incomodado o ex-presidente e que azeda ainda mais a relação com sua sucessora é o fato de Dilma ter limitado a influência dos ministros Jaques Wagner (Defesa) e Ricardo Berzoini (Comunicações) no núcleo duro de tomada de decisões do Palácio do Planalto.
Em outra frente, Lula deve cobrar uma nova agenda do PT no Legislativo. Segundo interlocutores, ele considera que a sigla precisa pensar no “pós-ajuste fiscal” e defender avanços alcançados durante os governos petistas. Um dos alvos é o Plano Nacional de Educação (PNE), que, segundo Lula tem dito a petistas, precisa ganhar amplo destaque na pauta do partido no Congresso.
Conteúdo Estadão.
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