domingo, janeiro 08, 2012

1996: SIMÃO, UM MARTINS NA PREFEITURA.

                                               
1996, os pré- candidatos
 

Com menos de dois anos de mandato do Prefeito Zezé Carlos, já se discutia com intensidade quem seria o candidato indicado dentro do seu grupo político à sua sucessão. O Congresso  Nacional já discutia a possibilidade de reeleição, mas apenas para as governamentais e presidenciais de 1998, impedindo os prefeitos de lançarem mão da idéia de continuidade no poder nas eleições municipais de 1986.
Em meio as especulações, Zezé Carlos se fortalecia politicamente com a sua entrada no PSDB do governador Tasso Jereissati. Sua administração que tinha como slogam Moralização e Trabalho ia a contento, apesar das críticas feitas a pessoas que eram privilegiadas com cargos dentro da Prefeitura. O açude do São Bento, a pavimentação da via central da cidade, o calçadão da praça da Estação, a aquisição pioneira de ônibus escolares, e a expansão da rede elétrica na área urbana e rural, marcaram a sua administração. Dentro do seu secretariado ganhava destaque o trabalho feito na saúde pelo médico Eduardo Bezerra e na educação pela Professora Conceição Guilherme.

Enquanto a oposição já desenhava o ex-Prefeito Flávio Mororó como candidato, especulações davam conta que diversos pré-candidatos buscavam a indicação de Zezé Carlos dentro do grupo situacionista. Dentre esses nomes estava o da Vereadora Madalena Pontes, fiel escudeira de Zezé desde a sua primeira tentativa de chegar ao poder em 1988. Outro nome ventilado era o do Secretário de Obras Alfredo Fonteles, pessoa de confiança de Zezé Carlos e em especial dos seus filhos empresários, Marcelo e Maninho Carlos. Mas o nome de Simão Martins, que fora o vice de Zezé em 1988 e  que lhe demonstrara fidelidade política, era o mais aceitável pois contava com a simpatia de segmentos não só da facção Rochista (ou psedista) como também de dentro da própria facção Morais que poderiam aderir caso sua candidatura se confirmasse.

Em meio a onda de especulações que aumentaram no início de 1996, estava também a possibilidade de renúncia de Zezé Carlos o que daria condições jurídico-eleitorais para que sua esposa, a Vereadora Toinha Carlos, se candidatasse ao Executivo local. Essa idéia não vingou pois o Vice Maurício Xerez, rompido politicamente com Zezé Carlos, ficaria seis meses no comando da Prefeitura e desestabilizaria o grupo político que estava no poder.

Simão e Cacá, os ungidos.

O médico Antonio Carlos Martins, o Dr. Cacá, oriundo da facção Morais (ou udenista) e derrotado por Zezé Carlos em 1992, tinha aderido ao grupo de situação e também ganhara espaço no bloco político que se formava.

O nome de Simão Martins foi aos poucos se consolidando como o “cabeça de chapa”. O engenheiro agrônomo e filho do ex-Prefeito Abdias Martins era da cota dos amigos pessoais de Zezé Carlos, bem como seu nome era bem aceito pelo governador Tasso Jereissati. A indicação de Dr. Cacá como vice foi celebrada mas também vista com desconfiança pelos líderes políticos "pé-de-boi "da facção Rocha Aguiar, pois viam que a chapa era efetivamente formada por figuras egressas do meio aristocrático dos udenistas/facção morais.


O embate eleitoral


o candidato Flávio Mororó, em meio ao esvaziamento político da facção Morais, teve que se contentar com um Vice do seu próprio grupo, o Vereador Chagas Peres. O ex-Prefeito, apesar de gozar da simpatia de figurões da elite local não conseguiu empolgar. O distanciamento da sua passagem pela Prefeitura entre 1983 e 1988 e o seu retorno efetivo a política somente em 1996, fez surgir um hiato político, deixando-o enfraquecido e com bases políticas pouco consistentes. Sem o apoio do governo do Estado, com um Vice que não somou, tendo que lutar contra a Prefeitura e o grupo empresarial Vipu da família Carlos, e também vendo a tradicional família Martins debandar quase toda para o candidato Simão, Flávio foi facilmente derrotado nas urnas sentenciando assim a família Mororó  a não ser  mais protagonista na vida política da Terra de Iracema nos anos posteriores.

Simão Martins que pertencia ao PSDB, obteve 11.103 votos (62,41%) contra 6.686 (37,59%) votos de Flávio Mororó que fora candidato pela coligação PPS /PFL.

A câmama dos Vereadores não sofreu grandes mudanças. A facção vitoriosa conseguiu eleger 13 dos 17 vereadores que faziam a composição do legislativo. Vereadores septagenários como José Araújo e Antonio Olímpio conseguiram mais um mandato. Madalena Pontes, que havia rompido com Zezé Carlos e passara para o grupo de oposição, não conseguiu sua reeleição.

A Ruptura imediata de Zezé e Simão.


O empresário Zezé Carlos saíra da frente do Executivo ipuense em alta. Além de ter feito uma administração razoável e ter garantido a eleição do seu sucessor, Zezé emplacou sua esposa e Vereadora Toinha Carlos (a mais votada nas eleições de 1986 com 1.297 votos) como a nova Presidente da Câmara Municipal para o biênio 1997-1998. Seu filho Marcelo Carlos, continuaria na Assembléia Legislativa, apesar de ter ficado inicialmente na suplência partidária das vagas do PSDB após as eleições legislativas de1994.


Depois do sol veio a tempestade. Simão Martins logo em seu primeiro dia de mandato exonerou mais de mil funcionários contratados e de cargos comissionados da prefeitura, que em grande parte eram ligados diretamente ao agora ex-Prefeito Zezé Carlos e ao seu grupo vereadores. O novo Prefeito em seus primeiros seis meses de mandato, buscou adotar uma postura de independência política em relação a família Carlos, e isso seria um erro fatal para o seu futuro político. Já no final do primeiro ano de mandato, era nítido o distanciamento entre "criador e criatura".
Texto e Pesquisa : Kléber Teixeira

6 comentários:

Anônimo disse...

DOUTOR SIMÃO SERIA UMA BOA PARA SUBSTITUIR ESSE AGORA MAIS UE PENA ELE Ñ QUE SABER MAIS DE POLITICA CERTO ELE PARA Ñ SE SUJAR NESSE LAMA DA POLITICA IPUEINSE!!!

Anônimo disse...

Dr. Simão Martins um dos grandes, sem sombra de dúvida, um dos melhores prefeitos que o Ipu já teve, as casas populares, a montagem e abertura do Hospital Municipal, o abastecimento d'água para o Ipu através do Açude Araras, Rodoviária, CVT e a maior implantação de energia elétrica nas localidades rurais desta cidade.

Esse tem o que mostrar foi um grande administrador e praticou a política com p maísculo, não a politicagem, diferentemente do Prefeito atual não traiu a população não qual lhe escolheu, pois preferiu romper na época com o grupo político do Zezé Carlos do que manter os cargos e as benesses para alguns em detrimento do resto da população.

Na época quando foi prefeito foi bastante injustiçado devido pelas rádios de Ipu do então ex-prefeito José Carlos, mas soube administrar como poucos, imaginem se na época eles tivesse a oportunidade que teve o Sávio Pontes com o atual governo, diferentemente daquele certamente os seus projetos seriam concluídos.

O Dr. Simão é um dos melhores candidatos a disputar com o Sávio Pontes, pois tem o que mostrar, mas infelizmente não está mais na vida pública.

Ele irá agora dia 13/01 receber na Câmara de Ipu o prêmio Delmiro Gouveia este sim merece o nosso reconhecimento e parabéns Dr. Simão.

Anônimo disse...

O grupo Zezé Carlos é responsável por tirar o melhor prefeito da historia de Ipu, e de colocar o pior prefeito da historia, sem falar que o Zezé foi o primeiro candidato com sua candidatura caçada na historia. aguardem outros indignações.

assinado: arrependido do Ipu.

Anônimo disse...

Um exemplo de Prefeito!!! Foi o melhor, sem dúvida.

Anônimo disse...

Meus Amigos quem viveu aquela época sabe que foi um FRACASSO total, aquele período de incerteza política e instabilidade emocional, o período de 1997 á 2000 foi-se para nunca ,nunca mais. Graças á Deus! à única Ex que pode voltar a ocupar cargo majoritário chama-se Toinha Carlos.

Anônimo disse...

Quem não lembra da corda que fechou a rua no carnaval de 1999,causando acidente com motociclistas? do IPTU absurdo? do FundeF,que gerou até CPI em que o relato foi o então Dep. Artur Bruno, e que a então secretária de educação afirmou que não fazia o rateio por que os professores iriam gastar com LUXO... e ai contratou os cursos da UNICE,chamada pelo povo Ipuense de BURRRICE!! è disso que recordo-me daquela Época!