domingo, maio 25, 2014

O TERRORISMO ELEITORAL SERÁ UMA ARMA DO PT PARA VENCER

No dia de sua vitória após três tentativas, o presidente eleito Lula deu o arremate triunfal à sua campanha: “A esperança venceu o medo. E hoje eu posso dizer pra vocês que o Brasil votou sem medo de ser feliz”. Agora, tentando reeleger Dilma Rousseff, o partido de Lula diz aos brasileiros, ao som de música fúnebre, que eles precisam temer os “fantasmas do passado”, que podem voltar e levar tudo que conquistaram sob Lula e Dilma, incluindo sapatos em bom estado.

Tentar assustar o eleitorado não é novidade em campanhas presidenciais brasileiras. Grupos que hoje reclamam da tática a usaram antes. Quem protestou no passado recorre a ela no presente. Foi empregada contra Lula pelo seu grande adversário na primeira tentativa.

Em 1989, quando o PT defendia entre outros pontos o calote da dívida externa e a reforma agrária, Fernando Collor de Mello, candidato do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), afirmava no horário eleitoral: “O candidato do PT prega a luta armada, a invasão violenta de terras, o conflito”. Lula, reforçou Collor no último debate do segundo turno, defendia a invasão de terras (“produtivas ou não”), casas e apartamentos. As acusações mútuas do passado não impediram o florescimento da amizade política entre o caçador de marajás e Lula quando este virou presidente.


Regina Duarte
Lula perdeu para Collor, perdeu duas vezes para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e tentou de novo em 2002, agora contra o governista José Serra. O quadro parecia o atual: a continuidade tentava fazer a mudança parecer temerária. Aquela versão “paz e amor” de Lula, recém-amigado dos mercados, jurando respeito à ordem, era uma incógnita. E então Regina Duarte apareceu na propaganda de Serra. 

“Tô com medo. Faz tempo que eu não fico com medo. O Brasil corre o risco de perder toda a estabilidade (...) Não dá pra ir tudo pra lata do lixo. Temos dois candidatos à presidência. Uma é o Serra. O homem dos genéricos, do combate à AIDS. O outro, eu achava que conhecia. Mas hoje eu não conheço mais. O que ele dizia mudou muito. Isso dá medo na gente. Outra coisa que dá medo na gente é a volta da inflação desenfreada. Lembra? 80% ao mês (...)”.

Quando chegou sua vez de se reeleger, Lula usou a mesma estratégia ameaçadora que Collor contra ele – mas com sinal ideológico oposto -, anunciando sempre que podia que Geraldo Alckmin (PSDB) venderia Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e o que mais houvesse. “O que eles querem? Vender o restante das coisas que não venderam no governo passado. Querem privatizar o que resta neste País”.

O ataque de Lula resultou num episódio já clássico na crônica eleitoral: Alckmin apareceu em público usando um colete cheio de logotipos de empresas estatais e um boné do Banco do Brasil, fazendo sinal de positivo para as câmeras.
O Povo

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