terça-feira, janeiro 17, 2017

MESMO SEM APOIO, PDT LANÇA CANDIDATURA DE ANDRÉ FIGUEIREDO À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

O PDT lançou oficialmente nesta terça-feira, 17, o deputado federal André Figueiredo (CE) como candidato à presidência da Câmara. Sem apoio declarado dos outros partidos da oposição, o parlamentar cearense ainda tenta, porém, atrair essas legendas, principalmente do PT e do PCdoB.
A candidatura de Figueiredo foi anunciada durante ato na sede da legenda, na capital federal, e faz parte da articulação do partido para pavimentar a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à presidência da República em 2018. Ciro, porém, não esteve presente no lançamento, pois está dando palestra em Boston (EUA).

Com uma bancada de apenas 21 deputados, o PDT busca apoio do PT (57), PCdoB (12), Rede (4) e PSOL (6). Figueiredo disse que procurou os líderes e individualmente parlamentares dessas legendas nos últimos dias e que tem “esperança e expectativa” de que esses partidos anunciem apoio à sua candidatura.

“Não gosto de falar na tecla da incoerência, porque acredito que não vá acontecer. Mas não deixa de ser contraditório termos a expectativa de que esses dois partidos (PT e PCdoB), que têm trajetória política de respeito venham a apoiar eventuais candidatos que atentaram contra a democracia no passado recente” disse Figueiredo. Figueiredo afirmou que, mesmo que esses partidos não o apoiem, dará seguimento a sua candidatura. “Nossa candidatura é irreversível”, afirmou. De acordo com o parlamentar cearense, a escolha do nome dele foi “consensual” dentro da direção e da bancada do PDT.

Simpatia
Presente no lançamento, o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), lembrou que o partido ainda está em processo de discussão, mas disse ver com “muito bons olhos” a candidatura de Figueiredo. Durante o ato, Zarattini ouviu apelos do presidente do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, para que ajudasse a convencer o PT a apoiar Figueiredo. 

Negociação
Segundo maior partido da Câmara, o PT, porém, vem priorizando as negociações com os dois principais candidatos da base aliada: o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) e o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a reeleição.
Em reservado, deputados do PT e PCdoB afirmam que a candidatura do pedetista não é viável e que preferem negociar com candidatos com condições de ganhar a disputa e, assim, garantir cargos na Mesa Diretora e em outros espaços da Câmara, como comissões temáticas e relatorias de matérias importantes.
Deputados citam ainda dois focos de resistência. O primeiro é o fato do PDT ter Ciro como candidato em 2018, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também deve disputar. O outro é que o pedetista não seria confiável, pois liderou movimento de independência do partido do governo Dilma, quando era líder da sigla na Câmara.
Nesta terça-feira, PT e PCdoB fazem reuniões de suas bancadas para decidir para que direção vão caminhar na disputa. O PSOL, por sua vez, deve lançar candidatura própria para marcar posição de acordo com o líder do partido na Câmara, deputado Ivan Valente (SP).
Fonte: Estadão Conteudo

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