domingo, junho 29, 2014

GUIMARÃES (PT) FOI O PIVÔ DA CRISE QUE LEVOU À DESISTÊNCIA DO PROS EM TER A "CABEÇA DE CHAPA"

No Ceará, as últimas 72 horas foram de intensas negociações e definições de estratégias, tanto da parte dos governistas quanto do principal núcleo de oposição, para definições das suas respectivas chapas majoritárias. No núcleo do Governo foi a questão do candidato a senador ( Dep. José Guimarães), indicado pelo PT, recusado pelo clã dos Ferreira Gomes e por boa parte dos aliados, que motivou o atraso da sua formação. 

Envolvido no "escândalo dos dólares na cueca", Guimarães era veementemente contestado pelos marqueteiros do Pros. As pesquisas de consumo interno no Governo já demonstravam, antes da reação de correligionários de Cid, ser temerosas, para toda a chapa majoritária, a inclusão do nome do deputado petista ao Senado. O Governo já sabendo da disposição de Tasso de ser candidato ao Senado na chapa do candidato Eunício Oliveira ao Governo do Estado e que os números mostravam as boas perspectivas que o tucano tem de ser o preferido do eleitorado cearense neste ano.
Negociações, de forma delicada foram feitas no sentido de ele evitar o constrangimento da sua candidatura, indicando um outro nome para o cargo ou negociando outra posição na chapa. Essas negociações não surtiram efeito pois Guimarães estava irredutível e contava com o apoio maciço do PT do Ceará. Outras tentativas de solucionar o problema foram buscadas com lideranças nacionais petistas (Lula e Dilma), aceleradas na sexta-feira. Nesse percurso, Cid viu que a única fórmula encontrada era abrir mão da candidatura ao governo pelo Pros e dar a cabeça da chapa para o PT.

Finalmente, na manhã de ontem, o governador Cid Gomes chamou os seus correligionários do PROS para anunciar sua decisão sobre quem será o candidato do partido ao Governo do Estado. Na noite anterior, Ciro Gomes arrancou de todos eles: Domingos Filho, Izolda Cela, Leônidas Cristino, Mauro Filho e Zezinho Albuquerque, o compromisso de aceitarem, sem objeções, o nome escolhido. Nos bastidores, o governador fechava oficialmente que a proposta deveria vir do PT, e que ele aceitaria em nome da unidade da base aliada. Isso é um factóide.

Nunca, candidatos com perspectivas de governar este Estado foram escolhidos de forma tão personalista como os que serão apresentados oficialmente hoje e amanhã. Prevaleceram, de ambos os lados, da situação e da oposição, o poderio político e econômico, sem qualquer debate com apoiadores e nem sequer com os integrantes das respectivas chapas que, se conhecem pessoalmente por morarem no mesmo território, mas com ideias e propostas diferentes, pois sempre, politicamente, caminharam por trilhas diferentes.

Ora, como se admitir uma aliança, como a do Governo, com mais de 20 partidos, firmada sem que qualquer deles soubesse quem era o candidato à sucessão estadual, o cargo mais importante em disputa? E a da oposição, liderada pelo PMDB, fechada no limite do Calendário Eleitoral, por imperiosa necessidade dos partidos que a integram? Óbvio que são agrupamentos fisiológicos, sem nenhum compromisso com a governança, meta primeira dos entendimentos feitos entre agremiações comprometidas com os seus estatutos, com o fortalecimento da democracia, e com o engrandecimento do Estado e do seu povo.

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