quarta-feira, setembro 02, 2015

Investigação - VATICANO SUSPENDE DOM ALDO DE ORDENAÇÃO RELIGIOSA

PUNIDO: Vaticano suspende Dom Pagotto da ordenação religiosa na Arquidiocese de João Pessoa
O Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, está proibido de ordenar padres e diáconos e de receber novos seminaristas até que Vaticano finalize investigações que estão em curso. A informação foi divulgada na noite noite deste sábado (20) no JPB 2ª , da TV Cabo Branco, na Paraíba,  e dição  de capa do Jornal da Paraíba deste domingo, 30. O processo que Dom Aldo responde no Vaticano corre em sigilo.

A decisão foi tomada pelo Vaticano depois da visita de um representante de Roma à capital. Dom Aldo teria perseguido padres e permitido que seminaristas expulsos de outras dioceses fossem acolhidos aqui na Paraíba. Os padres disseram ainda que o bispo se negaria, também, a discutir casos de pedofilia.  
A Nunciatura Apostólica, que representa o Vaticano no Brasil, explicou que não presta informações sobre processos envolvendo bispos. A CNBB também não quis falar sobre o assunto. 
A assessoria de Dom Aldo negou que ele esteja suspenso e disse que Arcebispo só falará sobre o assunto depois de ler a reportagem

 Confira, a seguir, a matéria do Jornal da Paraíba na íntegra:

Pode celebrar missa e casamento, mas não pode ordenar padres e diáconos. É com essa limitação que o arcebispo dom Aldo Pagotto continua à frente da Arquidiocese da Paraíba, onde chegou no ano de 2004. Quem revela essa restrição é um grupo de padres, que pediu o anonimato para esmiuçar o que acontece nos bastidores da Igreja Católica na Paraíba. Dom Aldo estaria proibido de ordenar presbíteros e diáconos, desde o início deste ano, por determinação do Vaticano.

A crise no clero da Paraíba não se instalou da noite para o dia. Segundo um padre que não quis se identificar, a insatisfação com o arcebispo foi crescendo ao longo dos anos. O ápice se deu em 2013, quando ocorreu uma visita canônica, ocasião na qual um representante do Vaticano veio a João Pessoa com a missão de ouvir os religiosos sobre a realidade vivida na Arquidiocese da Paraíba. Ao todo, 26 padres prestaram depoimentos contrários à conduta de Pagotto. 
A visita canônica ou visita apostólica é uma iniciativa da Santa Sé, que prevê o envio de um representante – visitador apostólico – para avaliar um instituto eclesiástico, como uma diocese. No caso da Paraíba, o visitador apostólico foi o então arcebispo de Garanhuns (PE), dom Fernando Guimarães, hoje arcebispo da Diocese Militar em Brasília.

Um relatório foi feito e se transformou em um processo que tramita na alta cúpula da Igreja. No início deste ano, segundo o grupo de padres, dom Aldo foi a Roma prestar esclarecimentos sobre as investigações envolvendo seu nome. A expectativa, de acordo com o grupo que conversou com o JORNAL DA PARAÍBA, é de que o Vaticano emita um parecer sobre a situação até novembro próximo, que pode ser, inclusive, a saída de dom Aldo.

A reportagem procurou a Nunciatura Apostólica, em Brasília, onde foi dito que o órgão não presta informações sobre nenhum processo, independentemente de sua natureza. A Nunciatura, que representa o Vaticano no Brasil, recomendou procurar a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que, por sua vez, não enviou resposta ao que foi solicitado. 
As reclamações são muitas, mas o pedido dos religiosos é claro: eles querem a saída do arcebispo. A principal queixa contra Pagotto é a falta de diálogo e a tomada de decisões de forma unilateral. “Ele não ouve ninguém, não consulta quem deve ser consultado. É um bispo que se considera dono da Igreja”, reclama um dos padres. Nem mesmo o Conselho Presbiteral participaria das decisões do arcebispo, segundo o grupo.

Suspenso de ordenar, dom Aldo tenta se defender do que classifica de "denúncias infundadas". A Arquidiocese da Paraíba rebate a informação e diz que isso não existe. Contudo, revela que não há previsão de nova ordenação. A decisão de ordenar presbíteros e diáconos é exclusiva do bispo, segundo os regulamentos da Igreja Católica. Em outras palavras: é o bispo quem decide quando deve ordenar novos padres e diáconos, quando achar que eles estão prontos para isso, sem ter que se alongar nas explicações. A arquidiocese pede provas em relação às denúncias. 
Procurado pela reportagem para dar sua versão, o arcebispo limitou-se a dizer a seguinte frase:"Isso de novo? É tudo calúnia". Depois disso, todas as respostas foram dadas pela assessoria de imprensa da Arquidiocese da Paraíba."
Fonte: G1

Nenhum comentário: