sexta-feira, dezembro 04, 2015

O SILÊNCIO DE TEMER

Para Planalto, cúpula do PMDB está por trás do pedido
Com a guerra declarada entre Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o Palácio do Planalto, o próximo passo é a articulação política no Congresso Nacional de ambos os lados.
O presidente da Câmara, por sua vez, quer se manter na presidência da Casa, de onde pode continuar tentando salvar o seu mandato. Enquanto isso, governistas pretendem evitar o impedimento de Dilma Rousseff (PT) da presidência da República.
No entanto, há um fator a ser observado: a figura do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), na disputa política em Brasília. O silêncio da principal liderança do partido após o anúncio de ontem pode dar vazão a várias interpretações tanto do lado do governo quanto do lado da oposição. Afastada a petista, Temer assumiria o comando do País. Para o PMDB, esse seria o cenário ideal. 
À medida que o enfraquecimento do governo do PT se intensificou no Congresso Nacional, desde o início do ano, o principal partido de sustentação do Executivo foi mudando o tom do discurso e incorporando temas ligados às manifestações nacionais.
O PMDB também foi o responsável por alimentar diversas derrotas de Dilma na Câmara. Nos últimos meses, o discurso da legenda tem sido cada vez mais enfático na defesa de candidatura própria para as eleições de 2018.
A tropa partidária de Temer na sigla pode ser considerada, neste momento, a grande incógnita para o PT. Se abraça o governo (leia-se Dilma e PT) ou se se rebela rumo a um possível governo peemedebista.
Os votos do partido serão disputados um a um nas próximas semanas, ou meses, o tempo que levar a tramitação do processo de impeachment. Aliados governistas já fazem as contas e garantem em tom de “tranquilidade” que a Casa não abrirá impedimento contra a petista por ter maioria. A única certeza no Planalto é que a presidente não terá os votos do PMDB de Cunha.

Análise 
O cientista político Flávio Britto, da Universidade de Brasília (UnB), acredita que o partido na Câmara dos Deputados deverá acompanhar a decisão de Eduardo Cunha e votar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma. “Temer está preparado para assumir, ele já deu declarações, já tem conversado com alguns membros do Congresso Nacional nesse sentido”, prevê. 
De acordo com o pesquisador, o momento de agravamento da crise para o governo se dá pelo fato de Dilma “perder a legitimidade” dia após dia. “Ela está envolta de um mar de lama e isso faz do País um caos”, argumenta.
Fonte: O povo.com

Nenhum comentário: