quarta-feira, dezembro 02, 2015

SESSÃO É TUMULTUADA E VOTAÇÃO DA CASSAÇÃO DE CUNHA É ADIADA

Discussão e votação do parecer preliminar referente ao Processo Nº 01/15, Representação Nº 01/15, do PSOL e REDE, em desfavor do dep. Eduardo Cunha (PMDB/RJ)
O roteiro voltou a se repetir na Câmara dos Deputados: pela terceira semana consecutiva, aliados do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conseguiram emplacar uma série de manobras para evitar o andamento do processo de cassação contra o peemedebista no Conselho de Ética. A sessão se estendeu durante seis horas, durante as quais boa parte do tempo foi dedicado a temas alheios à quebra de decoro do presidente da Câmara, e acabou encerrada sem que fosse votado o parecer que pede a continuidade das investigações sobre Cunha. 
Além das manobras já tradicionais, colaborou para a extensão da reunião a quantidade de parlamentares inscritos para falar, além da apresentação do voto em separado de Wellington Roberto (PR-PB). A sessão se arrastou de tal modo que acabou coincidindo com o horário em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ), deu início à sessão conjunta do Congresso que votaria vetos presidenciais que trancam a pauta e a meta fiscal. Os trabalhos devem ser retomados na tarde desta quarta-feira.

Durante a sessão desta terça-feira, o conselho sequer discutiria o mérito das acusações que recaem sobre Eduardo Cunha: o presidente da Câmara passou a ser alvo de processo após a constatação de que mantinha uma conta na Suíça, o que comprovaria a quebra de decoro por ter mentido à CPI da Petrobras, quando negou estar ligado a qualquer conta no exterior. De acordo com o Ministério Público, a conta de Cunha foi abastecida com recursos fraudulentos do esquema de corrupção da Petrobras. Nesta tarde, o colegiado se debruçaria apenas sobre a admissibilidade da denúncia, ou seja, se o caso deveria ou não ser investigado. Mas acabou novamente sem uma decisão. O processo contra Cunha foi instaurado há quase um mês e desde então segue paralisado.
Enrolação e bate-boca - Com base em argumentos que beiram o escárnio, aliados de Cunha protagonizaram diversas estratégias para atrapalhar o andamento do processo. 
Colegas de Cunha - alguns deles nem sequer membros do colegiado - ainda tentaram novamente afastar o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria e também fizeram uma investida contra conhecidos adversários de Cunha, tentando tornar a deputada Eliziane Gama (Rede-MA) e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) impedidos de votar no conselho. Em outra frente, o deputado Wellington Roberto (PR-PB) anunciou que vai apresentar um parecer alternativo ao de Pinato para livrar Cunha da cassação. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), disse em tom de ironia que, diante de tantas reclamações, iria protestar contra o mau funcionamento do ar-condicionado. 

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