O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o ditador cubano, Raúl Castro, iniciaram neste sábado (11) um encontro histórico na Cúpula das Américas, no Panamá. Esta é a primeira vez que os líderes dos dois países se reúnem após mais de 50 anos.
A reunião entre os dois presidentes simboliza a reaproximação e retomada do diálogo entre os dois países, encerrando décadas de tensão política e disputa ideológica. "Este é, obviamente, um encontro histórico", disse Obama, de acordo com a CNN, alegando que décadas de tensão pouco beneficiou cidadãos cubanos ou dos Estados Unidos. "Era hora de tentar algo novo", disse ele. "Agora estamos em condições de seguir em um caminho para o futuro".
Em uma pequena sala de reunião no centro de convenções da cidade do Panamá, Obama e Castro se sentaram lado a lado num esforço para restaurar as relações diplomáticas. O presidente cubano disse a Obama, de acordo com a Folha de São Paulo, que estava pronto para discutir questões sensíveis, incluindo direitos humanos e liberdade de imprensa. "Tudo pode estar na mesa", disse. Ele, porém, fez a a ressalva de que os dois países "concordaram em discordar".
Mais cedo, de acordo com o G1, Obama disse em discurso no encontro que seu país não ficará preso ao passado e que as mudanças na política entre os EUA e Cuba "abrem uma nova era no Hemisfério".
Raúl Castro também discursou. Ele falou durante 50 minutos para compensar o silêncio nas seis cúpulas anteriores. Era a primeira vez que um líder cubano participava da conferência hemisférica, realizada a cada três anos, desde 1994 e ele aproveitou para elogiar o presidente norte-americano.
“Já era hora de me deixar falar. Fiz um grande esforço para reduzir meu discurso, mas como vocês me devem seis cúpulas, pedi uns minutinhos mais”, disse Castro, rindo, de acordo com a Agência Brasil. Ele falou logo depois do presidente dos Estados Unidos, a quem chamou de “homem honesto” e agradeceu pela decisão de reverter 50 anos de políticas norte-americanas, destinadas a isolar o governo comunista cubano. Em dezembro passado, Obama anunciou que queria normalizar as relações diplomáticas com Cuba, interrompidas ha meio século – e uma das primeiras medidas foi suspender o veto de seus antecessores a inclusão do governo cubano na cúpula.
Fonte: Época
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