terça-feira, janeiro 11, 2011

1990: MARCELO CARLOS É ELEITO DEPUTADO ESTADUAL


Em 1990 o Ceará se preparava para mais uma eleição governamental e legislativa. Tasso Jereissati, que havia deixado o PMDB e fundara o PSDB no Ceará, fazia um governo inovador marcado pela austeridade fiscal e com investimentos em infra-estrutura e no turismo. Como ainda não existia reeleição para o Executivo, Tasso lançara como candidato à sua sucessão o então Prefeito de Fortaleza e seu fiel escudeiro Ciro Gomes. Paulo Lustosa (PMDB) seria o candidato da enfraquecida oposição, tendo como vice a senhora Luiza Távora(PDS) esposa do ex-governador Coronel Virgílio Távora.
No Ipu, Milton Pereira, chefe do Executivo e líder da facção Morais, apoiava o candidato Ciro Gomes(PSDB) e retribuía assim o apoio decisivo dado por Tasso a ele na eleição para Prefeito de 1988. Zezé Carlos por sua vez, apesar de derrotado em 1988 em sua primeira tentativa de se tornar prefeito, se mantinha na política liderando a facção Rocha Aguiar e apoiava Paulo Lustosa para governador. O empresário da Vipu buscava também se fortalecer para a eleição municipal de 1992, ao lançar como candidato a Deputado Estadual seu filho Marcelo Carlos.
O Deputado Gomes Farias (PSDB) seria o candidato oficial do paço municipal com o apoio do seu primo Milton Pereira. Padre Zé Linhares, candidatoa Deputado Federal, fez a famosa “dobradinha eleitoral” com o ipuense Farias. Marcelo Carlos era candidato pelo PTB e tinha como parceiro o candidato a Deputado Federal Uirandé Borges.
Além de dois candidatos ipuenses à Assembléia Legislativa, as eleições de 1990 inaugurariam a utilização do rádio como veículo de promoção eleitoral na cidade. Gomes Farias havia fundado em agosto de 1989 a Rádio Iracema de Ipu.
Foi um pleito agitado e marcado por diversas intervenções do poder judiciário através do rigoroso Juiz Paulo Timbó. O chefe do poder judiciário implicitamente participara do jogo político pedindo votos para seu irmão Pedro Timbó o qual era candidato a Deputado Estadual. Muitos candidatos pára-quedistas apareceram. Marcone Borges, então presidente do Ceará Sport Clube, usou abertamente seu poder financeiro para fisgar votos dos ipuenses. Francisco Aguiar, sobrinho do ex-prefeito Rocha Aguiar, não repetiu a boa votação de 1986 pois a maioria dos vereadores da facção política do seu tio estavam apoiando Marcelo Carlos.
Porém o fato mais chamativo daquela campanha foi o comício de Paulo Lustosa, realizado em Ipu em um sol escaldante do meio-dia em frente ao Banco do Brasil em um dia de feira. No mesmo palanque estavam antagonicamente, em uma dessas momentâneas e típicas descaracterizações das facções políticas ipuenses, o Padre Morais e o líder político Zezé Carlos. Na ocasião o religioso, incontestavelmente um dos maiores oradores da Terra de Iracema, professou um eloquente discurso denunciando o descaso do “Governo das Mudanças” de Tasso Jereissati para com o homem do campo.
As urnas foram abertas e duas grandes surpresas surgiram. Paulo Lustosa vencera nas urnas de Ipu, apesar de uma margem apertada de pouco mais de cem votos, o candidato governamental Ciro Gomes. Isso chamou os holofotes políticos para o Ipu, pois era junto a Pires Ferreira as únicas cidades da região norte que o candidato de Tasso fora derrotado. Isso se deveu a dois fatores: o desgaste político de Milton Pereira que não conseguia repetir uma boa administração como a que tinha feito em sua primeira passagem pela prefeitura, como também a coesão política feita por Zezé Carlos.
A outra grande surpresa foi à eleição de Marcelo Carlos com minguados 10.017 votos. O jovem empresário fora astutamente candidato pelo PTB, partido este pequeno e de baixa legenda o que em muito facilitou sua eleição como Deputado Estadual.
O radialista ipuense Gomes Farias foi o mais votado em Ipu, mas não conseguiu ser reeleito. Milton Pereira e a facção Morais - como já percebemos, sem o próprio Padre Morais apesar de seu poder político ser nos anos 90 mais simbólico que prático- saíram enfraquecidas para o pleito de 1992. Zezé Carlos colheu assim os louros das vitórias e ganhava força como candidato novamente a prefeito.
Leiam  as demais postagens sobre a História Política de Ipu :
http://ipuemdebate.blogspot.com/2010/12/1988-milton-pereira-derrota-zeze-carlos.html

http://ipuemdebate.blogspot.com/2010/09/1986-1988-zeze-carlos-assumi-lideranca.html

http://ipuemdebate.blogspot.com/2010/08/1982-flavio-mororo-derrota-rocha-aguiar.html

http://ipuemdebate.blogspot.com/2010/07/1976-faccao-morais-volta-ao-poder.html

3 comentários:

Anônimo disse...

Professores que se dizem formadores de opiniões se vendem politicamente por um cargo comissionado no município de Ipu.

Meu amigo Kleber ajude-nos a SALVAR O IPU!

Anônimo disse...

Só uma correção. Pires Ferreira também deu maioria de 52 votos para Paulo Lustosa, tendo a frente a nova e emergente liderança daquele município, TORRIM.

Anônimo disse...

Que pena!...até que ponto chegou nossos educadores municipais, sem FUNDEB,sem merenda escolar para os alunos, sem material didático para desenvolverem suas atividades pedagógicas, sem material de limpeza para asseio das escolas, sem o INSS, sem dignidade,sem nada...

Apenas um bando de marionetes que vivem ao sabor das horas, basta qualquer festinha ou feijoada e está tudo bem.

Vocês merecem estarem sofrendo... a grande maioria age como deveria agir!

Como se explica uma categoria séria de trabalhadores, se corromperem tão facilmente.

Triste ver as Antonias, as Cleides, as Franciscas, as Marias, as Virginias, as Kledinas, Os Flávios, as Geanes, as Lúcias ...

E o que poderá acontecer daqui pra frente?

Cadê a vergonha, a dignidade, a hombridade, o respeito, a seriedade, a postura ética e moral? ...

Uma coisa é certa, SÓ COLHEMOS O QUE PLANTAMOS!