IPUENSE ILUSTRES

IPUENSES ILUSTRES

PLINIO SABOYA – UM SENADOR IPUENSE
Filho de João Pompeu de Saboya Magalhães e de Jacinta Saboya Magalhães, Plínio Saboya nasceu no Ipu . Casou-se com Maria Soledade Saboya Pompeu com quem teve três filhos: Lúcia, Gilberto e José Saboya Neto. Este último, o pai da Senadora Patrícia Saboya Gomes.    
Formou-se em engenharia em 1914. No período entre 1915 e 1937, foi diretor de Obras Públicas do Ceará e da Estrada de Ferro Sorocabana, engenheiro do Departamento Federal de Obras Contra as Secas (1915).
Após a Revolução de 1930, candidatou-se em maio de 1933 às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte sob a legenda do Partido Social Democrático (PSD), obtendo naquele pleito, a suplência. Eleito em outubro de 1934 para a legislatura ordinária que se seguiu à Constituinte, assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados em maio de 1935, cumprindo o mandato até novembro de 1937 quando o surgimento do Estado Novo dissolveu todos os órgãos legislativos do País. Após o fim do Estado Novo, elegeu-se senador pelo Ceará na legenda da União Democrática Nacional (UDN), no pleito de dezembro de 1945. Empossado em fevereiro de 1946, participou dos trabalhos constituintes e, após a promulgação da nova Carta (18/09/1946), permaneceu no exercício de seu mandato até janeiro de 1955. Teve marcante atuação de defesa do petróleo brasileiro, do povo nordestino e contra situações de excepcionalidades como o projeto do senador Ivo d`Aquino que, aprovado em outubro de 1947, permitiu a cassação em janeiro de 1948 dos mandatos dos parlamentares eleitos na legenda do então Partido Comunista do Brasil (PCB).

O senador Plínio Saboya foi um dos poucos que votaram contra essa proposta.
Plínio Saboya foi exemplar homem público, como Deputado Federal, Prefeito de Fortaleza e Senador da República. No Senado, adotou posições sempre vigilantes na defesa do Nordeste e do Brasil. Coerente, apesar de anticomunista, condenou como antidemocrática a votação que resultou na cassação de Luís Carlos Prestes.
Com o golpe militar de 1964, ingressou no MDB e lutou pela reestruturação das práticas democráticas de nosso País”, ressalta a senadora Patrícia.
Até o dia de sua morte, em 27 de Maio de 1994, era um dos mais disputados analistas da política cearense além de disciplinado trabalhador. Ao morrer, aos 104 anos de idade, deixou vago o cargo de diretor administrativo da Fiação e Tecidos “Ernesto Deocleciano”, empresa tradicional de Sobral, no Ceará

 
CORONEL DELMIRO GOUVEIA
 
Delmiro Augusto da Cruz Gouveia nasceu na Fazenda Boa Vista no município de Ipu em 1863, sendo filho do Cearense Delmiro Porfírio de Farias e da Pernambucana Leonila Flora da Cruz Gouveia. Ainda criança, se muda para Goiana e depois Recife em Pernambuco.
Em 1891 funda a sua primeira empresa, a Levy & Delmiro, especializada na comercialização de peles o que lhe renderia o título de o rei dos couros do Nordeste. Em 1899 constrói o mercado Derby, primeiro estabelecimento comercial do Recife a ter energia elétrica. Após desavenças políticas e perseguições, se muda para o sertão alagoano onde constrói seu império. Em 1903 em Vila da Pedra (atual cidade de Delmiro Gouveia) decide construir a usina hidrelétrica de Angiquinhos, na Cachoeira de Paulo Afonso. Em 1914 inaugura a Companhia Agro Fabril Mercantil,desafiando o monopólio do setor de linhas de costura, em poder dos ingleses da Machine Cotton. Morre assassinado com três tiros à queima roupa em 1917.
Delmiro Gouveia é lembrado pelos seus conterrâneos através de uma Escola de Ensino Fundamental e Médio que leva o seu nome. A mesma foi inaugurada em 26 de Agosto de 1962 pelo Prefeito Antonio Pereira de Farias.
Em sua terra natal também é homenageado com uma Praça (Jardim Delmiro Gouveia), inaugurada em 1963 na gestão do Prefeito Francisco Rocha Aguiar.

ARQUIMEDES MEMÓRIA 
Filho do advogado Francisco de Oliveira Memória e de dona Josefa Madeira de Carvalho Memória, sua mãe, também conhecida como dona Madeirinha”, o ipuense Arquimedes Memória é uma referência na arquitetura brasileira da primeira metade do século XX. Foi morar no Rio de Janeiro ainda jovem, com 17 anos, para estudar desenho na Escola Nacional de Belas Artes. Após o início do curso, decidiu transferir-se para a Arquitetura, tendo obtido diversas distinções acadêmicas na época.
Iniciou sua vida profissional no “Escritório Técnico Heitor de Mello”. Com o falecimento de Heitor, em 1920, tornou o escritório o maior do Rio de Janeiro até 1935. Projetou alguns dos mais marcantes edifícios cariocas das décadas de 1920 e 1930. Foi professor catedrático de “Grandes Composições de Arquitetura” na FAU/UFRJ e diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil. Foi responsável pelo plano urbanístico da Exposição Internacional do Centenário da Independência, no Calabouço, em 1922
Enviou uma planta para a construção da Igreja Matriz de Ipu. Se recusou a vir para a inauguração pois a planta original que era inspirada em um navio, foi parcialmente alterada pelos pedreiros do Monsenhor Gonçalo Lima.
Autor do projeto do Palácio Pedro Ernesto – Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; dos projetos da Igreja de Santa Terezinha no Túnel Novo, das sedes do Hipódromo da Gávea e do Botafogo de Futebol e Regatas; do projeto do Palácio das Indústrias, hoje Museu Histórico Nacional; do Palácio das Festas; do Rio Cassino, no Passeio Público; do altar-mor da Igreja da Candelária. Seu projeto mais imponente foi o do Palácio Tiradentes, edifício em estilo eclético, destinado a abrigar a Câmara dos Deputados, realizado em parceria com Francisco Couchet. Foi vencedor do concurso nacional de projetos para construção do edifício-sede do então recém-criado Ministério de Educação e da Saúde Pública (e não respeitado pelo ministro Capanema a favor de Lucio Costa\Niemeyer\ Reidy). Foi fundador do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil.