Já estamos com mais de duzentos dias da gestão Liberdade e
Transparência. Passados esses quase sete meses já podemos ter um retrato
político-administrativo aproximado de como o prefeito Sergio Rufino (PCdoB)
conduzirá sua macro e micro política ao longo dos próximos anos, mesmo sabendo
que existem muitas curvas pelo caminho.
O pagamento dos salários dos funcionários municipais em dia,
embora saibamos que diversos setores tiveram suas gratificações reduzidas em
relação a gestão anterior, juntamente
com o dos fornecedores da PMI no comércio e serviços, tem sido bandeira central
do prefeito e do seu núcleo de comunicação. Reparos em estradas vicinais,
compra de automóveis, um conserto aqui outro ali, um presentinho da Dilma (daqueles
que são dados para todas os prefeitos) a continuação das obras não concluídas
pelo ex-Prefeito Sávio Pontes e um discreto calendário cultural e esportivo,
caracterizam o início do mandato de Sergio Rufino naquilo que chamo de micro
política.
Comparado aos solavancos administrativos da gestão anterior,
há que se dizer que o prefeito começou bem. Mas se observarmos o passar dos
ponteiros e a inquieta sociedade ipuense que nunca se dá (e sempre com
razão) satisfeita com os erros ou comodismo dos nossos últimos gestores, Sergio Rufino precisa
rapidamente romper o provincianismo inicial e pensar grande para que a cidade
passe a ter uma agenda de desenvolvimento que seja condizente com as exigências
do rebelde e questionador povo ipuense, que já muito comenta as
investidas financeiras da sua pessoa física e que acabam por
desaboná-lo.
Por outro lado, a cidade ainda precisa promover uma saúde de
qualidade. A saúde preventiva e as parcerias precisam serem urgentemente ampliadas.
A educação precisa de projetos inovadores e de uma avaliação contínua. Setores
básicos como saúde e educação não se administra com balbúrdia.
O comércio clama por investimentos que promovam a circulação de renda.
A macro política do prefeito para não dizer que não está na
estaca zero, vou ser generoso e dizer que ainda não nasceu. O Ipu há muito tempo é carente de um foco: se
é a educação, então que o líder maior do município não dissimule e empunhe a
bandeira da vinda da Universidade Federal da Ibiapaba. Se é a agricultura,
então que venha a irrigação, o agronegócio somado ao incremento da agricultura
familiar. Se é a indústria, então que venham as fábricas, o distrito industrial
e as parcerias com o empresariado nacional. Se é o turismo, então que venha o
Parque da Bica, o ecoturismo, a proteção do Ipuçaba e uma agenda cultural de verdade. Ou se é
algo da mente de um gestor criativo e com influência com os políticos de bem do
cenário Estadual e Federal, então que venha uma ideia hibrida ou original que o Ipu agradece.
O discurso de que se está arrumando a casa já está caindo no
desuso. A lua de mel com o eleitor tem prazo de validade e se vence após os seis primeiros meses de toda e qualquer gestão. A defesa da ideia que se “precisa respeitar o povo do Ipu” já não dará
mais palanque em 2016. Talvez, uma reflexão eleitoral do que ganhamos de
desenvolvimento sustentável esteja nascendo para ser debatida na próxima
eleição.
É hora de esquecer os amigos de sobrenome, os
pseudocarinhosos de plantão e os abastardos de falso altruísmo, e olhar para o
umbigo e refletir com o retrovisor da história política do Ipu. Se não dá para
esquecer estes, mas que ao menos se lembre de uma futura geração de ipuenses a qual precisa de um agora mais efetivo por parte dos homens públicos.
Precisamos olhar para a nossa juventude. Se faz necessário encontrar formas de
se gerar riqueza para todos.
Sergio Rufino também tem agido de forma provinciana na seara política. Suas ações o colocam na mesmice de muitos políticos
ipuenses de outrora. Uma sede insaciável de controlar meios de comunicação e o legislativo
local como assim fez Zezé Carlos e Sávio Pontes, e de buscar construir o seu
próprio grupo político como fez Simão Martins que foi eleito semelhantemente
pegando carona com seus padrastos políticos, não deixam o prefeito de Ipu ser
diferente em suas atitudes.
O atual prefeito de Ipu fez uma campanha sem se comprometer com grandes realizações. O seu "pensamento" e o seu " entendimento" quanto proposta política para o Ipu no trajeto eleitoral sempre acabavam na reticente ideia de "libertar" e "respeitar" o povo. Então, por que cobrar dele grandes feitos?
O Ipu não precisa de um prefeito simpático, que assim nos confirmem as carismáticas Toinhas e Corrinhas da vida que foram condenadas pelas urnas. O prefeito é que
vai precisar de um povo que lhe seja simpático a suas ações como um homem de projetos e de verdadeiro espírito público, que fique bem distante da empáfia e do comodismo que ameaça se sedimentar nos meses que hão de vir.
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LEIAM MATÉRIA RELACIONADA PUBLICADA AQUI EM NOVEMBRO DE 2010
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