Dentro do grupo situacionista que
está no poder é público e notório que existe uma heterogeneidade em sua
composição onde Martins, Rufinos, Pica Paus (sem Corrinha) e a massa jacobina
de Ipu sempre presente nas últimas eleições municipais e disposta em renovar o
poder sem prestar muita atenção a quem vai entregar a chave do cofre, se uniram
para derrotar Sávio Pontes em seu projeto de reeleição.
Sergio Rufino(PCdoB) e Família tem sua gênese
no grupo político do líder Zezé Carlos e da sua esposa Toinha. Antes do
processo eleitoral ter sido sedimentado no ano passado (2012), os irmãos Rufino
(Sergio-Zeca-Tião) mantiveram uma postura de constante proximidade com uma
parte do clã dos Carlos para que os mesmos marchassem juntos contra Sávio
Pontes. Nos bastidores – digo aqui nos alpendres daquela casa no Bairro da Mina
– a ideia só não vingou por que os “meninos do Zezé” rechaçaram a aliança, pois
não queriam deixar o amigo Sávio Pontes ao sol.
Com o curso do processo eleitoral
o distanciamento entre os Rufinos e os Carlos foi natural, sobretudo depois que
Diego Carlos assumiu a cabeça de chapa com a desistência de Sávio Pontes. A
necessidade de um discurso de renovação, sobretudo em blogs pró-PCdoB e no meio radiofônico, que fez
ressuscitar desgastantes episódios da administração Toinha Carlos a qual curiosamente Tião
Rufino – atual chefe de gabinete e irmão do prefeito – fora um linha de frente
ao lado do saudoso Vereador Nilson Rufino e homens de confiança de Zezé Carlos,
colocou temporariamente em campos opostos as famílias com seus laços afetivos. Em um primeiro momento na euforia da vitória eleitoral até se deixou continuarem atacando radiofonicamente a mãe de Diego Carlos, mas a estratégia foi mudada pois os excessos nos microfones caminhavam para uma cisão irremediável.
As dificuldades e pressões
políticas que Sergio Rufino vem sofrendo daqueles que o ajudaram a chegar ao
poder e sua postura aparentemente irredutível de fazer concessões político-administrativas
que o comprometa nesses três primeiros meses de administração, caminham para um
quadro de deserções e sabotagens políticas a médio e curto prazo por aqueles
que agora o cercam com interesses meramente pessoais. Existem interesseiros de plantão já com a paciência estratégica no limite que são como Touros
Indomáveis e já não aguentam mais dissimular fidelidade a " Liberdade". O murmurinho em relação a uma gestão fechada e com poucas
pessoas a influenciá-la tem aumentado e a desconfiança dos legítimos ante-carlistas
(Facção Morais) para com o prefeito.
Nesse quadro em que a poeira do pleito passado baixou quase por completo já se sabe que a ex-prefeita Corrinha pretende estar de forma mais efetiva na vida política ipuense e fazendo incisiva oposição a Sergio Rufino, seu desafeto maior por ter lhe tirado o comando do seu grupo eleitoral. A esposa de Torrim deve contar com o apoio do poderoso (financeiro, lógico) Deputado Federal Genecias Noronha(PMDB) que quer fortalecer o Casal Pica Pau na região. Os Martins de Nonato de já sinalizam que querem mais espaço na administração, e que podem terem seus próprios candidatos a Deputado em 2014 com ou sem a anuência do chefe do Executivo. Os Martins de Simão, Antonieta e Coronel Fanico estão de olho em 2016 e contam com o apoio dos fiéis amigos e admiradores para estrategicamente os colocarem em evidência nas rodas políticas e no rádio local.
Ivo Sousa, Manoel Palácios e Eduardo do Zé Maurício não são tão bem aceitos assim como se pode achar pelas palavras ditas da boca para fora dos vereadores que empunharam a bandeira do 65 do PCdoB.
Acredita-se que num quadro de rupturas
internas, e aproveitando-se do fato da oposição já fragmentada com a presença
de vereadores (e aqui incluo Carlinhos da Várzea), Sergio buscará “abraçar
Toinha na hora certa” com alguém do paço municipal já disse. E por falar em
paço municipal vai aqui um perguntar não ofende: quem foi que telefonou lá de dentro da prefeitura na última sexta à ex-prefeita para parabeniza-la
por seu aniversário?
Um dos irmãos Rufinos em um encontro casual nos bailes da vida já disse pessoalmente para um dos “meninos do
Zezé” que não os considera oposição.
O fato de ter um radialista pago
para atacar (mas que agora só pode alfinetar de leve) a Família Carlos e de
terem pego o Raimundo Diogo – o mais fiel correligionário da ex-prefeita- para
cristo na última sessão impedindo-o de ter acesso a Tribuna, podem ser
entendido apenas como jogo de cena para ganhar tempo com a ala radical.
Simão Martins, o qual há quem no
Ipu muito compare Sergio Rufino com sua forma rígida de governar, abandonou
Zezé que o fizera prefeito e caiu nos braços do seu grupo político de origem em
menos de um ano de mandato.
Muitos fatos novos deverão
acontecer. E nós jamais devemos estranhá-los. Sergio Rufino montou no Touro,
mas precisa ser muito hábil para que o mesmo não o derrube.
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