quarta-feira, julho 31, 2019

PADRE PALHANO E O FIM DA "ERA MONTISTA" EM SOBRAL

Com a redemocratização do Brasil após o fim da ditadura varguista do Estado Novo (1937-45), as eleições municipais passariam a serem realizadas pelo voto direto em consonância com as determinações da Constituição liberal de 1946. Durante essa fase o poder político em Sobral teve como figura central Francisco de Almeida Monte, mesmo nunca ocupando o cargo de prefeito. O renomado e lendário “Coronel Chico Monte” fora deputado estadual e federal, tendo uma influência política regional e estadual, auge esse atingido no governo do seu genro, Parsilfal Barroso, que foi eleito governador do Estado do Ceará em 1959. Chico Monte faleceu em 1963 em Brasília quando exercia mandato de Deputado Federal.
Nas eleições municipais de 1958 a “Era Montista” sofreu um duro golpe. Uma figura excêntrica e progressista do clero sobralense, o Padre Jose Palhano de Saboia, foi eleito prefeito de Sobral pela UDN. Para por fim a hegemonia do Coronel Chico Monte evitando que este não elegesse um indicado seu, Palhano contou com o apoio do bispo Dom José Tupinambá da Frota que promoveria uma cruzada na defesa do seu protegido. 
Com o Golpe Civil-Militar de 1964, o Padre Palhano, na ocasião Deputado Federal, foi cassado e, de certa forma, somado aos atritos com o Bispo Dom Walfrido Vieira que também lhe rendeu até a suspensão das ordens sacerdotais, perde a força do seu poder regional e local. 
O Padre falece em 1982 e deixou como um dos seus legados a tradicional Radio Tupinambá, instituição privada e não vinculada a diocese. É nesse cenário que a cidade de Sobral assiste a ascensão e o revezamento de duas famílias tradicionais ao poder municipal: Prado e Barreto. 

Texto escrito pelo Professor Kleber Teixeira Santos - 
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