quarta-feira, julho 31, 2019

SOBRAL (1963-1994) - OS PRADOS E OS BARRETOS NO PODER

   
José Prado e Joaquim Barreto (O Quinca)
Advindos do meio agropecuário e comercial, os clãs políticos que comandariam Sobral durante a década de 1960 até o início dos anos 1990, protagonizariam empolgantes embates eleitorais por partidos conservadores e governistas (ARENA, PDS e PFL). Foram gestores do paço municipal nessa época: Cesário Barreto Lima (1963-67), Jerônimo Medeiros Prado (1967-71), Joaquim Barreto Lima (1971-73 e 1983-88), José Parente Prado (1973-77 e 1989-92) e Ricardo Barreto Dias (1993-1994). 
Lembramos que José Euclides Ferreira Gomes (1977-83) foi eleito prefeito com a indicação e apoio do então gestor José Prado, na famosa e folclórica campanha “De Zé pra Zé”. Euclides é pai de Ciro e Cid Gomes, os quais seriam posteriormente os algozes políticos dos Prados e Barretos na vida política partidária sobralense. 

Com a chegada de Tasso Jereissati ao governo do Ceará após as eleições de 1986 – o que significava também um momento propício para a renovação dos poderes políticos municipais favorecendo assim a destituição de grupos políticos interioranos como os Prados e Barretos. Esses clãs apesar de rivais eram atrelados ao agora derrotado “Governo dos Coronéis” (Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals). Os Irmãos Ferreira Gomes liderados pelo então Deputado Estadual Ciro Gomes, ganhariam projeção política em nível estadual o que seria prontamente refletido nas eleições municipais da Princesa do Norte. Indicado e apoiado por Tasso, Ciro seria eleito prefeito de Fortaleza em 1988 e em 1990, Governador do Estado. 
Uma vez fortalecido, Ciro com o suporte do governo estadual iniciaria seu projeto de controle político sobre a terra natal de sua família tendo inicialmente o PMDB como sigla e depois de 1990 o PSDB. 

Foi nesse contexto de ascensão do clã Ferreira Gomes que em 1988 um membro do tradicional clero sobralense, José Linhares Ponte, buscaria o poder na política local. A frente da Santa Casa de Misericórdia de Sobral e também advindo de famílias tradicionais, a candidatura a prefeito do “Padre Zé” (PMDB) seria teoricamente a primeira investida dos filhos de José Euclides Ferreira Gomes em busca de espaço no executivo municipal. O jovem Cid Ferreira Gomes seria o vice na chapa do sacerdote que também tinha o apoio do PMDB de Tasso Jereissati com seu plausível “Governo das Mudanças”. Esse cenário fez surgir uma aliança, para muitos até historicamente contraditória, entre os outrora históricos inimigos Prados e Barretos. Com menos de 4% de maioria dos votos válidos, venceu a chapa situacionista com o ex- prefeito José Prado (PFL) que tinha agora como vice Ricardo Barreto (PDS). 

Nas eleições de 1992 que um membro dos Gomes seria a cabeça de chapa. O médico Pimentel Gomes (PSDB), primo de Ciro e secretario de Estado em seu governo, tinha um cenário favorável à sua candidatura. Além do apoio do Governo Estadual, o candidato dos “Irmãos FGs” tinha o apoio do prefeito José Prado o qual tinha sido teoricamente cooptado pelo governador Ciro Gomes, reeditando assim, de certa forma, a aliança familiar de 1976 contra os Barretos.  
O carismático médico Ricardo Barreto (PDS) fora o nome ungido pela oposição para enfrentar a forte aliança Gomes-Prado. 
Para muitos, na véspera das eleições, Pimentel “dormiu prefeito eleito”, mas acordou como derrotado. Nas últimas horas antes do pleito, prevaleceu a militância dos cabos eleitorais pró-Ricardo Barreto na cooptação de eleitores, em especial, nos distritos e logradouros. Para outros, a derrota de Pimentel com a diferença de menos de 3% dos votos válidos foi também resultado da falta de empenho do prefeito José Prado. 
Texto escrito pelo Professor Kleber Teixeira Santos - 
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