Diante da divulgação da lista de alvos de inquérito da Lava Jato e dos vídeos com depoimentos de delatores da Odebrecht, deputados querem acelerar a tramitação da reforma política na Câmara.
A aceleração facilita a aprovação de questões polêmicas, como a mudança de sistema eleitoral, e promove uma agenda positiva para o Congresso, que tem 39 deputados e 24 senadores como alvos de inquéritos autorizados pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin.
O relator da reforma, Vicente Cândido (PT-SP), também é alvo de investigação por, segundo delatores, ter recebido R$ 50 mil em troca de apoio para encontrar uma solução para financiar o estádio do Corinthians.
REUNIÃO NESTA TERÇA,18 DE ABRIL.
A comissão da reforma política volta a se reunir na terça-feira (18) já para discutir o relatório de Cândido, etapa que antecede a votação no colegiado. Depois, o texto segue para plenário. Se aprovado, tem que ir ainda ao Senado.
Sob o argumento de que as campanhas se tornariam mais baratas, Cândido defende em seu parecer a lista fechada, modelo no qual o eleitor vota em um conjunto de políticos, não em candidatos isolados. Cabe à direção de cada sigla indicar quem assumirá as cadeiras.
Críticos do modelo dizem que ele aumenta as chances de reeleição dos atuais parlamentares, inclusive daqueles enrolados com a Lava Jato. "Zero chance. Os deputados não vão votar a lista fechada. Se os cardeais querem, os párocos, que são maioria, não querem", avalia o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), primeiro vice-presidente da Câmara.
Vem queda de braços no Congresso, pois quem controla as siglas são os caciques dos partidos, os quais são logicamente os mais interessados em terem continuidades dos seus mandatos.
Fonte: Folha de SP
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