segunda-feira, julho 10, 2017

MAIA X TEMER - QUEM FICA NA PRESIDÊNCIA?

O presidente Michel Temer (PMDB) não governa mais, apenas usa o poder para defender-se das acusações que vem em forma de avalanche via Procuradoria da República (PGRe no ritmo das próximas delações premiadas (Lúcio Funaro e Eduardo Cunha). Nos últimos dias um quadro favorável para uma mudança de poder se desenhou, colocando Rodrigo Maia, presidente da Câmara e primeiro na linha sucessória da presidência, no epicentro do futuro político da nação. 

O carioca Rodrigo Maia (DEM) tem recebido apoios silenciosos de bastidores para que, uma vez Temer afastado pela Câmara nos próximos dias, assuma a presidência e faça uma "transição" mais estável, destravando as reformas e pavimentando o lento processo de recuperação econômica que agora se encontra comprometido pela crise política, agravada após a polêmica delação de Joesley Batista da JBS tornada pública no final de maio. 
O filho de César Maia tem sido pressionado pelo Palácio do Planalto que lhe cobra fidelidade, mas tem dado sinais que irá agir institucionalmente nos tramites para o afastamento ou não do gestor nacional.  Essa postura de Rodrigo deixa claro que ele já não é mais confiável e que já foi seduzido pela oportunidade impar de assumir o maior cargo da nação.  

O PSDB, termômetro de apoio do governo no Congresso, sinaliza de maneira mais intensa que não dá para segurar o ônus de apoiar um presidente acuado por denúncias de corrupção e de ações não republicanas no exercício do cargo.

Acuado, Temer segue fazendo chantagens do tipo: "Enquanto eu estiver no poder, serei o para-choque de vocês. Se eu cair, daí os holofotes da lava-jato e da Procuradoria da República se voltam para vocês". O "vocês" aqui são os ministros e deputados governistas enrolados na maior crise moral da política brasileira. O próprio Maia é um dos que tem uma grave denúncia na PRG pronta para ser executada pelo procurador Rodrigo Janot. 

O presidente para barrar a denúncia na Câmara (independente da decisão ser ou não acatada na CCJ - pois terá que ser votada pelos congressistas), precisa de míseros 172 votos dos 513 deputados federais. Parece fácil? Por um lado não, pois a votação será aberta e os Deputados - até membros do PMDB - preocupados com a repercussão eleitoral negativa de um voto em apoio à Temer, podem abandonar o governo.

Experimentado, Temer joga com todas as armas possíveis. Tem usado o talão de cheques do Governo Federal para cooptar apoios. Mas numa guerra nem sempre nossas armas são suficientes para vencer as forças inimigas. 
Maia não tem outra saída a não ser o "Temer" de Temer, como assim tivemos na última conspiração palaciana em que o Vice (nesse caso, o sucessor imediato é o presidente da Câmara) derruba o titular para assumir o cargo. 

Em breve teremos a turma do PT, que mesmo também com suas estrelas na berlinda, assiste a tudo de camarote de olho em 2018, dizendo que houve "Um Golpe dentro do Golpe".
- KLEBER TEIXEIRA SANTOS - Blog do KT

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