Até a manhã de hoje, minutos antes da missa solene de posse dos eleitos na Igreja Matriz, Sérgio Rufino estava em reunião na sua residência com os edis para definir a composição da nova mesa diretora. O prefeito, bem diferente das vezes anterior que já vinha com a carta na mão que era de ter Zeca Rufino como o candidato de consenso, foi enfático em negociar com seu grupo de onze parlamentares e dizer que o primeiro biênio era o que eles eles decidissem, evidenciando que a segunda presidência bienal (2023-2024) seria uma escolha pessoal dele, deixando claro que seu irmão vereador estava efetivamente fora dessa disputa.
Daí, o prefeito de facto com seu "terceiro mandato" iniciado hoje, então propôs estrategicamente que um dos nomes pleiteantes do seu grupo, Tia Olinda, Monga e Arlete, fosse escolhido entre os seus pares. O nome da professora de forma até previsível, foi o preferido com menos resistências que os demais. Estava óbvio que quando Sérgio Rufino jogasse as três cartas, o nome escolhido seria o da virtual preferência dele e dos irmãos.
Para a vice da chapa de Olinda, o edil Edivan Peres (O Monga), o mais bem votado na última eleição, foi o escolhido. A 1ª secretaria foi ocupada por Conceição Araújo (PSB) e o 2º secretario será ocupado por Eduardo Ximenes (PCdoB) com Glaidson Martins (PSB) na sua suplência.
POR QUE NÃO O "ZECA DE NOVO!"
O desgaste de mais dois anos com o irmão de Sérgio, Zeca Rufino (que totalizariam uma década de monopólio político), no comando da Câmara também pesou. "É melhor resguardar ele [Zeca] para o segundo biênio que é mais importante”, assim nos disse uma fonte ativa dentro do grupo do prefeito. Essa mesma fonte também nos disse que é estratégia de Sérgio Rufino puxar, imprescindivelmente, Zeca e o sobrinho, Moreira Filho, para Secretarias e para isso seria importante deixá-los fora de qualquer cargo na nova mesa diretora do legislativo.
PERFIL
Olinda Bezerra (PCdoB) demonstrou ser fiel aos Irmãos Rufinos em sua primeira legislatura e nunca foi de causar desconfortos ao seu chefe político, diferente de outros edis "comunistas" que as vezes tem surtos de rebeldia. Todos sabem que dentro da escala de confiança política, a discreta Olinda está num patamar bem superior ao de outros vereadores que habitam a órbita do grupo situacionista.
Reeleita nesse ano com 927 votos, é provável que sua legislatura como presidente seja marcada, assim como foram os oito anos de Zeca Rufino, pela complacência com as pautas ditadas pelo prefeito que é do seu mesmo grupo político.
Não será ainda dessa vez, sobretudo se observarmos “harmonia” com o Poder Executivo, que teremos uma um Poder Legislativo fiscalizador e com uma salutar independência.
Mas há uma esperança que Tia Olinda seja diferente do seu lacônico antecessor. Acredito que a edil, a qual é admirada por ter sido uma competente e democrática educadora em seus vários anos como diretora escolar, faça da Câmara Municipal um ambiente ao menos de maior diálogo e mais proximidade da comunidade ipuense com suas demandas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário