“Acho que isso (a decisão do candidato do PDT) vai para agosto. (...) Façamos um esforço de memória e vejamos que nas últimas eleições, todas as decisões foram para os prazos finais. Isso tem uma razão de ser, os fatos políticos são cinéticos”, afirmou Domingos ao comentar o dinamismo da política.
O dirigente lembrou de nomes cotados para a disputa presidencial que abandonaram a corrida durante os últimos meses. “Outro dia, o Moro era um candidato forte, de uma hora para a outra não é mais. Luciano Huck era cotado como candidato e saiu. Ainda tivemos uma escolha mediante prévias, Dória (PSDB), que saiu da disputa. Se a política nacional ainda não tem as chapas compostas, quem dirá a estadual. Acredito que todos os partidos vão ao final dos prazos”.
Desejo pela vice
De acordo com Filho, é legítimo que o PSD pleiteie a vice na chapa pedetista devido a conjuntura política atual do Ceará. “Se o PT deliberou e escolheu o ex-governador Camilo Santana como pré-candidato a senador e o PDT escolherá o candidato a governador, é muito razoável que a força seguinte seja aquela a compor a chapa”, avalia.
Em eventos partidários nas últimas semanas, o dirigente tem discursado para as bases do partido que, segundo ele, defendem o seu nome para representar a sigla na eventual vice da chapa. O PT foi outro partido que, ao longo dos últimos meses, havia insinuado desejo pela vice na chapa governista, mas recentes turbulências entre petistas e pedetistas tem colocado em xeque a continuidade da aliança.
Questionado se teria alguma preferência entre os quatro pré-candidatos do PDT que disputam a nomeação (Izolda Cela, Roberto Cláudio, Evandro Leitão e Mauro Filho), Domingos brincou: “O que tiver o Domingos Filho como vice”.
Peso do Interior
O ex-vice-governador comentou ainda a importância do eleitorado que vive no Interior para este pleito que se desenha acirrado. “Basta ver o que foi na primeira eleição do Camilo, o Interior garantiu a vitória do Camilo. O Interior tem um peso muito grande, por ter a maioria do eleitorado e por ter uma participação mais efetiva e presente na vida pública. Quanto menor o município, mais próximo dos acontecimentos está o cidadão”, explica.
Para ele, as relações políticas são mais fidelizadas pela relação direta entre representado e representantes. “Nas grandes cidades, para fazer uma reclamação ao gestor, naturalmente há mais dificuldade. Num município menor, do interior, você vai na casa do prefeito, do vereador, do secretário e as demandas e respostas são mais imediatas”, pontuou.
Polarização
Domingos Filho analisou ainda o cenário polarizado no Brasil e defendeu que isso prejudica o debate político e de ideias. Segundo ele, as forças envolvidas no acirramento ganham com a manutenção das discussões de caráter mais passional.
“O pensamento de votar em fulano para sicrano não voltar e votar em sicrano para tirar fulano inibe o debate mais sereno e consciente, que busca alternativas. Isso, ao meu juízo, não faz bem para a democracia”, concluiu.
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