Se a aliança acaba, encerra-se um ciclo na política do Ceará. Um novo desenho irá surgir, nessa hipótese. E ele é imprevisível.
Por ora, líderes dos dois lados demonstram estar dispostos ao rompimento, mas nenhum toma a iniciativa da ruptura. Ao contrário, falam que querem manter a aliança. Mas, sob condições. Quanto há de pressão e quanto há de blefe? São ingredientes recorrentes na política, mas alianças podem acabar quando saem do controle.
A aliança no Ceará irá acabar? Não sei, talvez ninguém saiba, a não ser se as três ou quatro cabeças que conduzem as decisões já estiverem irredutíveis. O que dá para dizer é que, há alguns meses, ninguém dava nada pelo rompimento. A possibilidade foi colocada na mesa como real desde o começo do mês passado.
Camilo excluído?
A parte talvez mais reveladora da fala de Guimarães se refere a uma suposta exclusão de Camilo Santana do processo decisório. “Não pode excluir o Camilo, era só o que faltava. (...) Sempre foi dito para nós que o comando para decidir os rumos do Ceará passava pelo Camilo. A palavra era do Camilo, ouvindo o Cid, ouvindo o PDT e o PT.” E acrescentou: “Sempre me disseram: o Camilo comanda. (...) De uma hora pra outra o Camilo deixa o governo e não é?”
Cid Gomes (PDT) deu declaração, em março, que destacava a liderança de Camilo como crucial. Porém, um mês depois, o petista deixou o governo. Qual o peso que ele terá frente aos irmãos é realmente uma interrogação. Acho improvável, pela força que ele hoje tem, que Camilo seja simplesmente ignorado. Isso não é possível. Também não me parece que o mais recente dos ex-governadores da aliança será a palavra final.
Presidente da Assembleia Legislativa e pré-candidato, Evandro Leitão afirmou que o PDT está construindo consenso interno para depois chegar a entendimento com os aliados.
Efeito para Izolda
A entrevista de Guimarães defende com fervor Izolda como candidata, pelo fato de ela estar na cadeira de governadora. Coloca esse fator além da discussão de nomes. Ele é tão favorável a Izolda que pode jogar contra. Os Ferreira Gomes podem entender que indicá-la irá sinalizar rendição ao PT.
As opções petistas
O PT tem alternativa a manter a aliança? Bom, sempre pode ter candidato próprio. Disputar para ganhar é outra coisa. Outra possibilidade seria apoiar Eunício Oliveira. O ex-senador gosta bastante da ideia e topa. Aliás, O MDB encomendou pesquisa e divulgou nesta semana. Não houve pesquisa estimulada apenas com os nomes. Eles foram apresentados com potenciais apoiadores. Ficou na frente Eunício com apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não foi perguntado sobre Eunício com apoio de Simone Tebet, pré-candidata do partido dele.
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