Apesar da apoteótica vitória da prefeita Milena Damasceno (PT) sobre um grupo que estava enraizado no poder há 12 anos, o resultado da votação do seu grupo de vereadores através das siglas PT-PSD-MDB não foi de um todo satisfatório. Das 13 cadeiras do legislativo ipuense, sete ficaram com candidatos do Grupo Liberdade de Sérgio Rufino (PSB). Esse cenário inicial para um Prefeito sempre será desafiador, levando o dia 1º de janeiro - ocasião da eleição da Presidência Legislativa - a ser um dia marcado por cenas fortes na História política de Ipu.
Teremos gol contra?
Em outros momentos, a primeira sucessão da mesa diretora do legislativo municipal foi marcada por adesões de um edil do grupo derrotado em apoio ao candidato do grupo situacionista. Nas rodas políticas de Ipu esse famoso “gol contra” sempre é esperado mediante o atrativo que tem a máquina pública municipal sobre esses edis alicerçados eleitoralmente em ações assistencialistas. Para estes, ficar sem um acesso direto as ações políticas da Prefeitura e suas secretarias, ou seja, no caso da mandatária maior (Milena) e do líder maior (Lindbergh Martins), é um caminho dificultoso para uma reeleição sua ao legislativo.
Quem poderia aderir a Praia?
Excetuando Zeca Rufino e Moreira Filho, respectivamente irmão e sobrinho do líder Sérgio Rufino, para qualquer um dos outros cinco edis seria natural uma adesão ao Grupo da Praia da prefeita Milena. Então, retirando os dois parentes do atual prefeito, os demais fazem política de cotidiano junto as suas comunidades e não por uma questão de laço familiar com chefes políticos. Nesse sentido a adesão dos demais seria uma forma de sobrevivência política, mesmo considerando que um ou outro tenha recursos próprios para fazer o básico na sua política do dia a dia.
Sergio Rufino tenta segurar a base
Em um sinal claro que vai buscar truncar o jogo, o tio do hoje prefeito Robério, dois dias após a sua derrota eleitoral, reuniu os sete edis e buscando expô-los e comprometendo-os de público, fez registro fotográfico e gravou vídeo para as redes sociais com os mesmos afirmando compromisso de serem oposição e estarem unidos na próxima legislatura. Certamente o líder do grupo Liberdade seguirá monitorando de perto os seus sete parlamentares até o dia e as horas/minutos anteriores da eleição da nova mesa diretora da Câmara.
Cristina Peres candidata
Diferentemente de outras sucessões em que fez seu irmão Zeca Rufino várias vezes presidente sem dar espaço para outros edis do seu grupo, Sérgio Rufino teve como estratégia emergencial antecipar a indicação do seu candidato a presidência para o biênio 2025-2026.
O lançamento de Cristina Peres se dá por dois motivos: uma forma de se contrapor ao seu irmão e vereador reeleito Edvan Peres (O Monga) - que, até segunda ordem, é o mais cotado para ser o candidato de Milena ao comando da Câmara - e, ao mesmo tempo, tentar fidelizar seu esposo e padrinho político Eduardo Ximenes que nesse 2024 abdicou de ser candidato. Em 2012, quando foi eleito pela bancada de oposição a Sérgio Rufino, Eduardo fez um histórico "gol contra" deixando de lado o grupo político que o elegeu votando em Zeca Rufino para presidente da Câmara. Não esquecendo também que o esposo de Cristina em 2016 retornou ao grupo de origem, mas depois, em 2017, mudou de lado político novamente. Mas Eduardo, após uma irrisória candidadura a prefeitura da vizinha cidade de Pires Ferreira com apenas 40 votos obtidos, ver-se agora obrigatoriamente fidelizado aos Rufinos com essa possibilidade de se hidratar politicamente através de um eventual protagonimso da esposa.
Jogo duro até às 14h do dia 1º de janeiro
Sérgio Rufino sabe que perder a presidência da Câmara logo de início será algo comprometedor, abrindo caminho para mais perdas políticas nos próximos meses e gerando incertezas no seu futuro político na oposição ipuense.
Portanto, da mesma forma que será um desafio para Milena também será para o ex-prefeito, ainda mais por que ele agora não terá mais a máquina municipal para jogar e manter um grupo de sete vereadores que se mantém vivos na política por ações de apoio cotidiano aos seus eleitores. Caso consiga manter a fidelidade, Sérgio sabe que terá que montar uma espécie de "Prefeitura Paralela" para manter esses edis nos próximos anos, tarefa essa facilitada se abocanhar o comando do Legislativo.
Aguardemos as cenas fortes ou não da tarde do dia 1º de janeiro de 2025!
(.....)
Nenhum comentário:
Postar um comentário