Das propostas de campanha à realidade após a chegada ao poder: esse é o inicial ponto desafiador da Prefeita Milena Damasceno (PT) a partir de 1º de janeiro de 2025. O primeiro passo da nova gestão já foi dado com a nomeação de um secretariado mesclado por indicações técnicas e/ou políticas. A nova chefe do Poder Executivo sabe que a cobrança por resultados virá a galope e a comparação com a administração dos Secretários dos doze anos da Família Rufino no poder, serão o epicentro do embate político proposto pela oposição e rebatido pela imprensa e vereadores de situação no seu primeiro ano de mandato.
Na política interiorana nem sempre as pastas são preenchidas da maneira como os Prefeitos pensam originalmente, pois há que se conviver com inevitável pressão do seu grupo político e até de compromissos de campanha. Uma outra nova realidade é a disputa entre os novos prefeitos por quadros técnicos experientes em pastas que exigem conhecimento específico e experiência na máquina pública municipal, porém esses profissionais são escassos e muitos indispostos a migrarem de uma cidade para outra. Há também as negativas de convites de profissionais de médio e alto escalão em atividade no serviço público e na iniciativa privada, por questões salariais e até de zona de conforto destes. Então, a tarefa na composição de um Secretariado é algo complexo e nem sempre é tão tranquila como aparenta ser.
Chegamos então na semana da posse e 90% das pastas administrativas já possuem seus titulares nomeados pela futura gestora. E a primeira vista há algo salutar e bem diferente do que se viu nas gestões anteriores: a jovialidade e sobrenomes diferentes, ou seja, o monopólio de uma família nos cargos da prefeitura como fora nos doze anos de comando da família Rufino, ficaram para trás.
E em meio aos anúncios feitos pela Prefeita eleita em suas redes sociais seguiam-se aplausos explícitos, aceitação pragmática e até a natural desconfiança discreta com alguns nomes pontuais. De quem aceitou o convite (e aqui incluo os subsecretários), espera-se uma consciência de que o povo colocou uma nova gestão no poder para que algo diferente fosse emergencialmente feito em vários setores da gestão municipal. Em meio as demandas dos cidadãos e as expectativas dessa mudança política que o Ipu está vivenciando, já se passou o tempo em que se aceitava essa função por mera acomodação política ou vaidade.
Então, quem terá o maior desafio pela frente? Todos, embora uns com menos trabalho de cobrança direta pela população e outros - diga-se a maioria - com tarefas desafiadoras mediante aquilo que desabonou a administração municipal do clã Rufino e que foi a base da punição recebida por eles nas urnas ipuenses. Ademais, Milena e seu braço direito e líder político Lindbergh Martins, devem coordenar ações estratégicas mediante aquilo que foi ouvido e sentido durante a militância na campanha eleitoral. Experientes e advindos de uma destacada gestão de oito anos no comando de Jijoca de Jericoacoara, o "Casal da Praia" deve saber muito bem onde cobrar, como cobrar e agir em colaboração próxima mediante os gargalos herdados da gestão dos Rufinos ou até mesmo na manutenção daquilo que foi satisfatório.
Porém há que se dizer que temos vários exemplos, até em administrações ipuenses anteriores, em que técnicos deixaram a desejar e nomes de indicação política realizaram excelentes trabalhos em suas secretarias. Certamente uma Secretaria ou outra irá se destacar mais. Nesse sentido, será também natural que mudanças aconteçam nesse ano inicial de gestão mediante os resultados entregues e o reflexo político-partidário desse novo secretariado.
Assim como no futebol, ajustes no time podem surgir no jogo para reverter o placar, ou assegurar a vitória e/ou até mesmo para aplicar uma goleada no adversário.
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