quinta-feira, junho 15, 2017

O BUCOLISMO DO LEGISLATIVO IPUENSE ESTÁ EM ALTA

Os 13 edis de Ipu, prefeito e vice prefeita/fonte: Ipunoticias
A proposta original da existência do Poder Legislativo adveio do pensamento Iluminista do século XVIII. Para o francês Montesquieu a existência de três poderes seria uma forma de cercear o Absolutismo dos Reis e promover uma maior participação da sociedade nas decisões políticas. Eleitos para um mandato periódico, os parlamentares teriam a função de propôr e rever leis, bem como fiscalizar as ações do Poder Executivo. 

No Ipu o legislativo, historicamente, nunca funcionou com altivez, excetuando alguns espasmos de edis com seus interesses contrariados. Mas nos últimos anos o cenário político, sobretudo após a chegada dos Irmãos Rufino ao poder em 2013, o legislativo ipuense foi deixado em um fosso imensurável onde oposição e situação tem um desempenho que beira a mediocridade.
Até que esperávamos por uma renovação legislativa no último pleito, buscando o bem estar de uma cidade com grande potencial econômico - turístico - cultural, mas que agoniza sem inovações administrativas e há muito tempo perde em relevância para outros municípios da nossa região. Mas o que vimos foi muito pouco, pois o sistema capitalista falou mais alto e, como sempre, impede que cabeças pensantes e independentes dos conchavos políticos, se candidatem e cheguem a ocuparem uma cadeira legislativa.

Comandado pelo terceiro biênio consecutivo por Zeca Rufino, imposto lá por seu irmão Prefeito, o Legislativo ipuense tem sido nesses últimos anos uma espécie de puxadinho da prefeitura. A Mesa Diretora é omissa em projetos que extrapolem as míseras e bucólicas sessões que acontecem as terças, nunca buscando um diálogo com a sociedade, muito menos desenvolvendo projetos que tragam à população para a dentro da casa legislativa. Muito pelo contrário, nos últimos anos, Zeca negligenciou em ver, por exemplo, membros da oposição e seus correligionários sendo ultrajados ou até mesmo sofrendo ameaças físicas por parte dos seus subalternos nas dependências da suposta "casa do povo".

O primeiro semestre 2017 que em breve se finaliza foi marcado por desempenhos pífios por parte de oposição e situação, deixando claro que não podemos esperar nada, a não ser "o mais do mesmo" da maioria dos edis que compõe essa legislatura até 2020.

Na bancada de situação se viu de tudo. Discursos contraditórios como o do Vereador Evaldo sobre a insegurança no Ipu, as pressões verborrágicas ao executivo por parte da Vereadora Arlete que questionou (mas não teve a coragem de acionar o MP ou provocar uma CPI) a lisura na seleção simplificada para a contratação de funcionários temporários, as dezenas de propostas (data base de aumento para quem ganha mais de dois salários na Prefeitura, revisão no regimento da Câmara, cursinho pré-vestibular....) "ao vento" do líder Asarias. Sem esquecer da "independência" do Vereador Elisafran e do beicinho do Vereador Monga que ameaçou deixar a Secretaria de Esportes quando, ao que tudo indica, se viu perdendo espaço para o adesista e desafeto Eduardo Ximenes.

Já na oposição, o que se viu? As vergonhosas cooptações dos Irmãos Rufinos sobre os edis Adriano Melo e Eduardo Ximenes. Postura essa que mostra a incoerência de quem coopta e o desrespeito aos seus eleitores por parte de quem "muda de lado".  Esses edis emplumados diziam que olhavam para o futuro como águias e que até sonhavam em um dia serem prefeitos do Ipu, mas deram ao final um voo de galinha.
Os demais edis que ficaram no grupo oposicionista - dando aqui um desconto a estes devido a ausência de lideranças que os unam e os deem suporte - ficaram no lugar comum, ou seja, reclamações moderadas, indicações mais voltadas para atender  seus redutos eleitorais ou - assim também como fez a bancada de situação - meras tribunas para matérias em blogs e áudios nas rádios locais. Faltou os edis serem incisivos, mais fiscalizadores, mais ativos em suas pesquisas junto ao TCM.

O legislativo segue assim como quer o Prefeito Sergio Rufino: submisso, controlado e complacente com sua letargia administrativa. 

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