Dentro desse grupo, o Brasil gozava de destaque especial. Afinal, entre as quatro promissoras nações era a mais democrática e com as instituições mais sólida. Infelizmente, para os brasileiros, esse potencial não tem se cumprido. Reconhece isso o próprio O’Neill, que também foi secretário do Tesouro do Reino Unido e que hoje é presidente do conselho da tradicional instituição de estudos Chatham House, de Londres. “O Brasil e a Rússia foram as grandes decepções dessas duas últimas décadas”, afirmou a na semana passada a uma revista de circulação nacional.
Esse desencanto com o país é perceptível em sua recente queda no ranking das maiores economias do mundo. Em 2011, a notícia de que o Brasil havia superado, em dólares, o PIB do Reino Unido segundo as contas da consultoria britânica Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR) provocou um frenesi internacional. E a expectativa era superar também a França, o que consolidaria o país como o quinto da lista até 2022. Hoje isso é, claramente, uma utopia. Já nos anos seguintes ao ranking, o Brasil começou a perder posições até mais fortemente que a Rússia, saindo do top 10. Ainda em 2021, pode perder a posição atual, ficando atrás da Austrália, a depender do desempenho durante o ano.
O DESCALABRO FOI INICIADO NO GOVERNO DILMA
Os últimos dez anos são um grande destaque negativo para a história econômica brasileira. Apesar de o país ter começado a década de 2010 sofrendo menos que os países desenvolvidos com a crise financeira internacional, o Brasil logo reviveu alguns de seus grandes erros históricos e inventou novos, em especial, nas gestões de Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. O resultado foi a mais longa recessão registrada, entre 2014 e 2016, causada pela explosiva piora das condições das contas públicas e seguida de uma recuperação tímida nos anos seguintes. Por mais ambíguo que pareça, o desacreditado governo de Michel Temer, conseguiu estancar a sangria. Daí veio a eleição de Bolsonaro e um 2019 com sinais que a politica liberal do Ministro Paulo Guedes poderia nos dar um retorno as seis maiores economias do mundo.
Bolsonaro com seus sinais invertidos com o Congresso, praticamente sabotou seu ministro da Fazenda. A situação se agravou com o portentoso desastre da Covid-19, no ano passado. E para piorar, a alta do dólar nos dois últimos anos, estimula a inflação, contamina os preços dos combustíveis — o que por sua vez encarece a produção e a logística —, além da importação de matérias-primas. O índice IGP-M, que engloba preços do agronegócio, da indústria e da construção civil, atingiu impressionantes 29% no acumulado de doze meses até fevereiro. Em um ano, o real já se desvalorizou 28% diante do dólar. É o segundo pior desempenho entre as 24 moedas mais negociadas do mundo, atrás apenas do peso argentino. O brasileiro está mais pobre.
Vivemos um quadro de "estag-inflação" que se estende por 2021 em meio a um governo sem forças para macro Reformas Econômicas, liderado por um presidente sem poder de liderança nacional, e que insistiu em aceitar a vacinação em massa como a única esperança da economia retornar ao normal, como assim já percebemos em Israel, Reino Unido e nos EUA.
Blog do Kleber Teixeira (com base em informações das revistas Exame e Veja)
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