Em 2020, um modelo epidemiológico criado pelo matemático Dr. Osmar Pinto Neto (Professor e Pesquisador na Universidade Anhembi Morumbi); avaliou como seria o avanço da pandemia no estado de São Paulo. Ajustando valores como a taxa de isolamento e medidas de proteção individual, foi possível estimar o número de contaminados, mortes e em quais momentos seriam necessários mais leitos de UTI. Em uma entrevista publicada em abril, Osmar explicou como os resultados podem variar dependendo dos dados inseridos – do período de incubação do vírus ao comportamento da população. Ele mencionou, inclusive, que o pico de casos poderia acontecer em 2021, algo quase impensável para a época. Não era profecia, mas sim ciência. Agora, Neto usa esse mesmo modelo para estimar o que está por vir. Mas com algumas mudanças: ele incluiu o impacto gerado pela variante P.1 e a possibilidade de vacinação.
O cenário 01 considera que 50% da população esteja vacinada até junho. Já o cenário 02 representa o ritmo atual de vacinação (após dois meses desde o início da campanha, 5,2% dos brasileiros receberam a primeira dose). Ambos os cenários consideram as eficácias estimadas das vacinas e que elas sejam válidas contra as novas variantes do coronavírus.
O gráfico aponta para uma média de 2.900 mortes por dia no final de abril. Caso a vacinação não seja acelerada, o modelo também prevê um novo pico de mortes em outubro deste ano. Vacinar metade da população até julho poderia salvar 150 mil vidas. Abaixo, você confere as projeções de mortes acumuladas no Brasil, seguindo os mesmos cenários:
Neto colocou como referência os dados oficiais de mortes diárias até o dia 15 de março. Os gráficos levam em conta a taxa de isolamento atual da população, assim como os níveis de proteção (uso de máscaras, higienização das mãos, entre outros). Mas, para o pesquisador, o maior desafio do modelo foi estimar como a população iria responder à pandemia – e traduzir isso em uma função matemática.
Fonte: Revista Superinteressante (Texto adaptado por Kléber Teixeira)
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