terça-feira, novembro 30, 2021

FILIAÇÃO DE BOLSONARO ABRE DISPUTA POR COMANDO DO PL NO CEARÁ

Prevista para hoje, a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) encerra período do chefe do Executivo de mais de dois anos sem partido e abre uma disputa pelo comando da legenda no Ceará, hoje presidida pelo prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves. Parte da base do governador Camilo Santana (PT) e aliado do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), o gestor participa da cerimônia de ingresso de Bolsonaro na sigla, marcada para as 10h30min, em Brasília.

De acordo com assessoria, o prefeito volta ao Ceará apenas na quinta-feira, 2, quando deve se manifestar sobre seu futuro político à frente da agremiação. Nesse intervalo, deve ter encontro Valdemar da Costa Neto, dirigente nacional do PL, para discutir o cenário no Ceará.

Como condição para se mudar ao novo endereço partidário, Bolsonaro impôs caminho livre para montar palanques em alguns estados, como São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Noutros, porém, alianças devem passar por escrutínio do presidente, que pode vetar composições com partidos de esquerda e atores considerados como adversários diretos na briga pela reeleição.

No comando do PL-CE, Acilon e seu grupo, que têm ascendência política na Região Metropolitana de Fortaleza, são hoje peça importante no conjunto de alianças do governador.

Bruno Gonçalves, prefeito de Aquiraz e também membro do PL, é um governista. Marta Gonçalves, esposa de Acilon, ocupa a Coordenadoria Especial de Políticas sobre Drogas (CPDrogas) da gestão Sarto, mas já desempenhava a função desde o governo de Roberto Cláudio no Paço.

Nos últimos dias, Acilon pode ser visto ao lado do governador, participando de evento de entrega de obras, o que sinaliza para a conduta que o gestor pode ter. Ontem, na véspera de filiação de Bolsonaro, o prefeito esteve com Camilo e Sarto na inauguração de uma areninha na Grande Messejana.

A entrada de Bolsonaro no ninho dos liberais, porém, bagunça a relação entre esse bloco e o Abolição, jogando o PL no campo da oposição, ou seja, mais próximo do deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato ao Governo do Estado em 2022 e adversário do governador.

Deputada estadual do PL e apoiadora de Bolsonaro, Silvana Oliveira afirma que "não tem cabimento lógico" Acilon continuar na presidência do partido mantendo aliança com os governistas no estado. "Se ficar (no PL), vai ficar sem a liderança do partido", avisa.

Segundo a parlamentar, "Bolsonaro deverá reclamar a liderança" da legenda porque o presidente "já sabe da situação do Ceará" e "seguramente não aceitará parceria com o Camilo".

Questionada se defende algum nome para comandar a agremiação e prepará-la para formar palanque para o presidente ano que vem, Silvana responde que o deputado federal Jaziel Pereira, seu marido, "é tranquilo e vai querer o melhor para o partido sempre", mas que "ainda é cedo para dizer".

O deputado também estará presente nesta terça-feira ao ato de filiação de Bolsonaro ao PL, cuja bancada na Câmara inclui ainda Júnior Mano, que costuma acompanhar as pautas de interesse do bolsonarismo na Casa.

O POVO tentou contato com o Deputado Júnior Mano e Bruno Gonçalves, filho de Acilon Gonçalves, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Com informações de O Povo

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