segunda-feira, outubro 17, 2022

O CAMILISMO E O FIM DA SUPREMACIA FERREIRA GOMES NO CEARÁ

(Por Cleyton Monte - O Povo online) - O grupo político que chegou a ter mais de 500 representantes nos mais diferentes espaços, sentiu o mais duro golpe das urnas. O resultado das eleições de 2022 foi decisivo para o declínio da mais longeva aliança política da redemocratização do Ceará. Ciro Gomes não foi apenas derrotado. Perdeu na sua base política (Sobral) e registrou um resultado pífio no estado. Roberto Cláudio, um líder jovem e bem avaliado, candidato de parte do grupo, teve uma votação abaixo do esperado. A eleição dos deputados estaduais e federais reduziu os danos acumulados. O desgaste da família já podia ser notado nos pleitos anteriores. Os sinais estavam postos, mas poucos contavam com uma queda tão acentuada.

A força política de Camilo Santana, a boa avaliação do governo Izolda Cela e uma "nova onda Lula" foram decisivas para selar a derrota do partido. Mesmo com possibilidades futuras para Cid e Ivo Gomes, o domínio sobre os espaços de poder não será mais hegemônico. Temos agora um novo ciclo político. Elmano de Freitas, Camilo Santana e Evandro Leitão serão os expoentes dessa nova era. O movimento de aproximar o PDT cirista do futuro governo vem dando sinais positivos, contudo, apesar da continuidade de projetos, as peças se moveram em outra direção.

Resta saber o papel que Ciro e Cid Gomes vão desempenhar no cenário político. Se ainda pretendem disputar cargos ou se vão encerrar a vida pública. É importante ressaltar que esse movimento de renovação não foi apenas no Ceará. As eleições de 2022 marcaram a queda de grupos políticos importantes - o PSDB de São Paulo e o PSB de Pernambuco estão nessa linha. A expectativa agora é conhecer a agenda política do camilismo. Fato é que a oposição cresceu e está mais articulada.

Nenhum comentário: