sexta-feira, novembro 27, 2015

APÓS PRISÃO HISTÓRICA, GOVERNO DECIDE NÃO ATACAR SENADOR PETISTA

Aconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na última quarta, 25, na Operação Lava Jato por tentar obstruir as investigações. De acordo com auxiliares, ao tomar conhecimento dos fatos, a petista teria demonstrado preocupação com o efeito que isso teria sobre votações importantes no Congresso e sobre sua imagem e a de seu governo.
Delcídio era um dos principais articuladores do governo no Legislativo, com trânsito entre parlamentares da base aliada e da oposição, e participava da maior parte das reuniões de coordenação política do Planalto, realizadas às segundas-feiras.
Preocupada com o andamento de votações no Congresso, como a que estava marcada para esta quarta sobre a alteração da meta fiscal, Dilma escalou o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para iniciar as negociações que resultariam na substituição de Delcídio na liderança do governo no Senado.
Para o cientista político Flávio Britto, a situação complica cada vez mais “a vida do Governo”. Segundo ele, a prisão do senador deve acelerar as medidas do processo de impeachment de Dilma.
Britto avalia que, a partir de agora, o próximo passo deverá ser a cassação de Delcídio por quebra de decoro parlamentar, a mesma acusação que paira sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Se Delcídio for cassado, ele cai nas mãos do juiz Sérgio Mouro. Se ele acha que a vida está ruim, pode ficar pior ainda”, afirma.
Na bancada cearense, Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jeressati (PSDB) votaram pela manutenção da prisão de Delcídio. O correligionário José Pimentel (PT) votou para que ele fosse solto. Até o fechamento desta edição, nenhum dos três retornou o contato do O POVO.
Oposição
Ainda ontem, o PSDB pediu que o presidente do Sendo Renan Calheiros (PMDB-AL) permitisse que a Mesa Diretora enviasse o caso de Delcídio ao Conselho de Ética da Casa. Esse seria o primeiro para rumo à cassação do deputado. “É inevitável que o Conselho se manifeste. Se vai notificar o Supremo, como não vai notificar o órgão interno de ética?”, questionou o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB). (com agências de notícias)

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