A tumultuada sessão da Assembleia que aprovou aumento de alíquotas de ICMS e IPVA no Ceará marcou também novo ordenamento da oposição no Estado. Condutor da estratégia que estendeu a votação por 16 horas, o PMDB mostrou protagonismo entre opositores, em operação com interferência direta de Eunício Oliveira (PMDB). A ação, que remete a “3º turno” da disputa eleitoral de 2014, aponta ainda embate que deve se repetir no próximo ano em Fortaleza.
Durante a votação, que começou na manhã desta quinta e se estendeu até as 2h07min da madrugada de ontem, a bancada peemedebista se revezou em discursos contrários à medida e apresentou maioria das emendas ao projeto.As discussões de cada proposta prolongaram a sessão, acumulando desgaste à base aliada e ameaçando quórum para a votação. Em sintonia e maior número, os seis deputados da sigla ganharam projeção na sessão, deixando em 2º plano figuras experientes da política local, como Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (PSB).
Velha conhecida no Congresso Nacional, a estratégia foi articulada de perto com Eunício. Em reuniões com peemedebistas, o senador tem reiterado cobrança de união e atuação “em bloco”. “A orientação sempre foi essa: Se sobe um, sobem os seis”, diz o deputado Danniel Oliveira.
Entre os seis peemedebistas na Assembleia, apenas Walter Cavalcante, que se ausentou da sessão, não registrou discursos na tribuna. Sozinhos, deputados da sigla já somam metade da bancada oposicionista na AL.
Líder do PMDB
Deputado estadual em 1º mandato, o líder do PMDB na Assembleia, Audic Mota, chamou atenção durante sessão desta quinta. Coordenando atuação dos correligionários, o peemedebista provocou membros da base aliada e conseguiu aprovar duas emendas de sua autoria.
Durante a longa sessão, foram muitos os momentos onde base aliada e oposição se convergiam em torno de Audic para negociar emendas. A situação é nova na Assembleia cearense, onde o governo sempre manteve ampla maioria durante os oito anos de governo Cid Gomes (PDT). Durante este período, o próprio Eunício e o PMDB faziam parte da base aliada.
Saiba mais
Pelo texto aprovado ontem, ficam aumentados em 2% as alíquotas do ICMS sobre bebidas alcoólicas e gasolinas. Já armas de fogo, fogos de artifício, cigarros e serviços de telefonia terão aumento de 3%. Já o ICMS sobre bicicletas, capacetes de motos, escovas e pastas de dente será reduzido.
Motos e automóveis, antes taxados no IPVA, respectivamente, em 2% e 2,5% de seu valor total ao ano, passarão por reajustes a depender da potência dos veículos. Aumentos podem chegar a até 1,5%.
Emenda de Elmano de Freitas (PT) dando isenção de IPVA para mototaxistas e outra de Bruno Pedrosa (PSC) para o transporte alternativo também foram aprovadas.
Emenda de Carlos Matos que buscava isentar do aumento de impostos as motos de até 150cc foi rejeitada. Já uma de Audic Mota que buscava “premiar” com menos IPVA condutores sem infrações foi vetada.
Fonte: O Povo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário