sábado, março 21, 2015

Na Isto É - CID PERDEU A CABEÇA, MAS DISSE O QUE A POPULAÇÃO PENSA

O espetáculo burlesco que o então ministro da Educação Cid Gomes (Pros-CE) encenou no Congresso na quarta-feira 18 é a prova definitiva de que alguns súditos da presidente Dilma mais atrapalham do que ajudam o governo a sair do enrosco em que se meteu. Cid sempre foi conhecido no meio político pela falta de modos e pelo temperamento intempestivo, características que o impelem a disparar desaforos em situações incômodas. Na semana passada, bateu seus próprios recordes de destempero ao discutir com parlamentares em plena Câmara dos Deputados. O detalhe é que ele havia ido ao plenário pedir desculpas  por ter dito em uma palestra, duas semanas antes, que havia no Congresso “uns 300 ou 400 achacadores”. 

O show de descontrole fez Cid passar por momentos de ridículo que não são dignos de um ministro e expôs, mais uma vez, toda a desarticulação e fragilidade do governo federal. Ao mesmo tempo, suas frases ditas na tribuna sobre os parlamentares ecoaram positivamente em grande parte da sociedade. Afinal, quantos brasileiros não gostariam de ter dito o que Cid Gomes disse, em plena Câmara dos Deputados?

Apesar de dizer que seria ministro “enquanto a presidente Dilma desejasse”, a demissão de Cid era vista como planejada. Ele já sabia que sua permanência no governo estava em pauta, por conta dos constantes embates com o Congresso, e que Dilma pretendia fazer uma reforma ministerial para contentar o PMDB. Seu discurso no plenário teria sido a forma encontrada para deixar o cargo de cabeça erguida, dizendo aos deputados o que os brasileiros têm dito nas ruas. “A minha declaração na Câmara cria dificuldades para a base do governo. Portanto, eu não quis criar nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável”, declarou. A família também o influenciou na decisão. Seu irmão, Ciro, secretário de Saúde no Ceará e famoso por suas frases controversas (leia quadro), lhe aconselhou a manter a declaração polêmica feita dias antes de seu encontro com parlamentares.

Na quinta-feira 19, a presidente negou que esteja realizando uma reforma ministerial. “Estou fazendo uma alteração pontual. As circunstâncias às vezes obrigam você a fazer uma que outra mudança”, disse. Com a saída de Cid, o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, comandará o Ministério da Educação interinamente. 
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Um comentário:

Anônimo disse...

Cid F Gomes resumiu em poucas palavras, as chateações do povo brasileiro!!!
Neste momento, Ele representou principalmente os Operários da nação Nordestina, que ajudaram na CONSTRUÇÃO CIVIL DE BRASÍLIA!

Como diz a Música do Zé Ramalho!
http://letras.mus.br/ze-ramalho/75861/

Cidadão
Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"

Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
"Pai, vou me matricular"
Mas me diz um cidadão
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"

Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

Antonia de Maria