Ainda que com o cenário pré-eleitoral cada vez mais movimentado, com a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa e com as articulações do centro ganhando força nos últimos dias, o presidente lidera nas quatro simulações de primeiro turno, com porcentuais que variam de 32,7% a 34,5% dos votos, sempre seguido de perto pelo petista. O mesmo contingente — 32,1% — diz que considera o seu governo ótimo ou bom. No segundo turno, ele está à frente dos principais rivais. De forma até certo ponto surpreendente, o capital eleitoral do capitão reformado do Exército é é quase o mesmo de antes da Covid-19, que deixou um rastro de mais de 415. 000 mortos, impactou a economia do país e aumentou a pressão sobre a sua administração, materializada não só na CPI, mas em 115 pedidos de impeachment protocolados na Câmara, um terço deles nos últimos dois meses — por ora, nenhum com ambiente político para prosperar.
Nem tudo, porém, é céu de brigadeiro no horizonte eleitoral de Bolsonaro. A nova pesquisa mostra que os conhecidos e demasiados problemas de sua gestão começam a provocar uma deterioração relevante na sua aprovação. A taxa daqueles que consideram o seu governo ótimo ou bom caiu 6 pontos porcentuais desde outubro (38,7% para 32,1%), enquanto a dos que consideram ruim ou péssimo subiu subiu 11 (32,1% para 43,1%). Em dezembro, a taxa de aprovação era maior que a de reprovação, situação que se inverteu na nova pesquisa.
Entre as maiores rejeições, chama atenção o mau desempenho em faixas estratégicas da população — como jovens (58,7%) e mulheres (57%) — e no Sudeste, onde o índice cresceu 6 pontos porcentuais em dois meses e chegou a 54,9%, praticamente o mesmo do Nordeste (55%), região mais hostil ao bolsonarismo. Outro alerta: mesmo que seja mantido até o ano que vem, o apoio de um terço do eleitorado garante a ida ao segundo turno, mas não a vitória no round final. O cenário que se desenha é de uma disputa acirrada, pois vem caindo a distância de alguns dos principais rivais: Lula, Ciro Gomes e mesmo João Doria (PSDB).
A ascensão de Lula tende a radicalizar o embate entre os extremos e já complica a vida de candidatos como Ciro Gomes. Ele superava a marca de dois dígitos nas pesquisas anteriores e, na atual, não passa de 7%. Outros políticos que buscam se colocar entre os polos mais radicais sofrem do mesmo dilema como é o caso de Dória.
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