Acabou-se então o tempo em que só os Bolsonaristas estavam nas ruas fazendo manifestações de apoio ao seu presidente. Opositores do distanciamento social e do uso de máscaras, os apoiadores do capitão até ontem, 29, se aproveitam que os antibolsonaristas, por questões de segurança sanitária, não saíam às ruas. Mas encorajados pelas pesquisas pró-Lula, pelo cenário de impopularidade governamental, de crise econômica, de CPI e de lentidão na vacinação, milhares de brasileiros nitidamente de esquerda em todos os estados e no Distrito Federal, foram às ruas protestar contra o presidente Jair Bolsonaro.
Isso pode ser o início de uma radicalização nas ruas do país, algo que em nada irá contribuir para essa travessia que o país passa.
PT, PCdoB e PSOL camuflam articulação
Os atos teoricamente foram convocados por movimentos sociais e organizações de classe que, em sua grande maioria, são ligadas aos partidos de esquerda.
Já os líderes dessas agremiações, por sua vez, se omitiam da articulação da mobilização de ontem que faz os esquerdistas se igualarem ao negacionismo bolsonarista.
Lula e os Boulos da vida sabem que promover aglomerações só favorecem o agressivo vírus, e vão tentar se distanciar de serem os tutores desse e de outros movimentos para não serem enquadrados como negligentes. Mesmo que tenham divulgado que os manifestantes usavam máscaras e que foi distribuído álcool em gel, a irresponsabilidade não pode ser eximida pois estamos na iminência de uma terceira onda de contaminações.
Outra estratégia era a de (inutilmente) não plasmar as manifestações com sendo um ato do PT, como forma de atrair antibolsonaristas moderados.
E OS ELEITORES DE CENTRO?
Os "lavajadistas" - como assim são chamados os brasileiros que tem como ícone o ex-Juiz Sérgio Moro onde esse blogueiro aqui se inclui, os quais foram o epicentro das manifestações em 2014 e 2015 que levaram ao impeachment de Dilma Roussef, estão ainda desmobilizados e ainda não encontraram uma referência eleitoral para 2022. Por enquanto, essa gama de eleitores que será decisiva nas próximas eleições, responsavelmente não sairá pelas ruas fazendo o jogo dos partidos de esquerda.
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