sábado, novembro 15, 2014

QUADRILHA É PRESA NO CEARÁ POR TENTAR FRAUDAR ENEM

Apesar da investigação da Polícia Federal, o presidente do Inep, Francisco Soares, afirmou que “não há a menor possibilidade de o exame ser cancelado”. Esquema criminoso tinha como foco a região do Cariri
A Polícia Federal deflagrou, na manhã de ontem, a Operação Apollo, que investiga uma quadrilha acusada de fraudar as edições do Enem em 2013 e deste ano. Na ação, realizada simultaneamente no Ceará, Paraíba e Piauí, a PF cumpriu quatro mandados de prisões temporárias, sendo dois em Juazeiro do Norte (CE) e dois na Paraíba. 

Os envolvidos, segundo a Polícia, atuavam na captação de estudantes interessados em se beneficiar com a fraude, sobretudo com o repasse dos gabaritos respondidos. A investigação foi iniciada em outubro de 2012 e os acusados foram autuados pelos crimes de fraude a exames de interesse público e formação de organização criminosa. As penas podem chegar a oito anos de reclusão. Além das prisões, a Polícia cumpriu ainda 13 mandados de busca e apreensão, sendo sete no Ceará, quatro na Paraíba e um no Piauí.

No sábado passado (8), após a aplicação da primeira etapa do Enem, a PF já havia prendido em Juazeiro do Norte outras duas pessoas que fariam parte deste esquema. Elas foram pegas em flagrante portando aparelho celular que continha o gabarito das provas durante o exame. 

A delegada responsável pela Operação Apollo no Ceará, Andreia Karine, informou que dezenas de estudantes foram mapeados e a PF busca agora identificar os beneficiados. No esquema criminoso que tinha como foco a região do Cariri, os gabaritos com as respostas eram repassados durante o exame. Para preservar o curso das investigações, a PF não revelou como as informações eram recebidas pelos candidatos no esquema. 

MPF deve convocar estudantes cearenses

No Ministério Público Federal do Ceará, a apuração do possível vazamento foi distribuída ainda ontem e ficou a cargo da procuradora da República Nilce Cunha. Como primeira medida, a procuradora, conforme informado pela assessoria de comunicação, garantiu que irá convocar os estudantes que afirmam ter tido acesso ao tema antecipadamente para prestar depoimento. 

Outra ação a ser adotada pelo MPF é ver com estes estudantes a possibilidade de eles cederem os aparelhos celulares para serem periciados. Somente após esta etapa de apuração é que o MPF irá decidir qual medida adotará diante do caso, como por exemplo, a solicitação da anulação da prova. 

Em visita ao Ceará, na última quinta-feira (13), o ministro da Educação, Henrique Paim, se pronunciou sobre o caso. De acordo com o gestor, a Pasta está segura de que o processo referente às denúncias de irregularidades está sendo bem conduzido pela Polícia Federal, que já abriu um inquérito e em breve deve divulgar o resultado dessas investigações 

O presidente do Inep, Francisco Soares, ressaltou que o instituto tem colaborado com as investigações desde 2013, fornecendo banco de dados que ajudaram na identificação dos investigados e na elucidação da fraude. 
Fonte: DN

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