quarta-feira, janeiro 06, 2016

Corte de Gastos: MINISTRO DA JUSTIÇA NEGA QUE ESTEJA QUERENDO ENFRAQUECER POLÍCIA FEDERAL

Após irritação e críticas de delegados da Polícia Federal (PF), o Ministério da Justiça, responsável pelo órgão, já admite a possibilidade de recompor o orçamento da categoria - que tem previsão de corte de 133 milhões de reais para este ano. Na última semana, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) anunciou que a redução no valor previsto colocaria em jogo investigações em curso, como a Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção montado na Petrobras.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta terça-feira a possibilidade de que o orçamento afete as apurações. "A Polícia Federal tem sido total prioridade do Ministério da Justiça. Esse é o compromisso que temos e que todos conhecem. Jamais faltará verba para a Lava Jato ou qualquer outra operação ou projeto estratégico da Polícia Federal", afirmou Cardozo.
Os delegados argumentam que a redução de verba pode afetar gastos com diárias e passagens de policiais deslocados para cada uma das grandes operações feitas pela PF. Além disso, relatam que há casos, atualmente, de policiais transferidos para funções administrativas e não mais investigativas, por causa da redução do quadro de funcionários.
Para Cardozo, no entanto, as críticas da associação não passam de "factoides". "Quem conhece a elaboração do Orçamento sabe que os recursos serão assegurados ou por meio de portaria do Ministério do Planejamento ou por realocação interna do próprio Ministério da Justiça", afirmou Cardozo.
O Ministério da Justiça argumenta que não houve redução do orçamento dos policiais de 2015 para este ano. Segundo a pasta, mesmo com a previsão do corte, a PF terá garantidos 938 milhões de reais para este ano com despesas discricionárias - usadas em gastos diversos, como aqueles empregados nas investigações. No ano passado, o mesmo valor correspondia a 927 milhões de reais, segundo o Ministério.
Para o governo, o corte previsto não representa nenhum risco para o andamento das apurações policiais. Mas, mesmo assim, haverá diálogo com o Planejamento para garantir crédito suplementar ao órgão. A alegação do Ministério da Justiça é de que a diminuição do valor total partiu do Poder Legislativo.
Fonte: Veja.com

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